O dólar comercial teve uma forte valorização nesta segunda-feira (23), encerrando o dia vendido a R$ 6,186, alta de 1,87%. A moeda norte-americana chegou a bater R$ 6,20 na máxima do pregão, movimento impulsionado por fatores externos e pela baixa liquidez no mercado doméstico devido ao recesso parlamentar. Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda de 1,09%, atingindo 120.767 pontos, o menor patamar desde 20 de junho.
Fatores internacionais pressionam o câmbio
A valorização do dólar foi impulsionada pela percepção de uma política monetária mais rígida nos Estados Unidos. O Federal Reserve (Fed) indicou, em seu último comunicado, que pretende reduzir o ritmo de cortes de juros em 2025, o que fortaleceu a moeda norte-americana globalmente.
O mercado brasileiro também sofreu com a saída sazonal de recursos, já que multinacionais costumam enviar lucros ao exterior no encerramento do trimestre, agravando o desequilíbrio cambial.
Banco Central anuncia medidas após dia sem intervenção
O Banco Central do Brasil não atuou no mercado cambial durante o pregão desta segunda-feira, mas, após o fechamento, anunciou a venda de US$ 3 bilhões das reservas internacionais em leilões à vista. O objetivo da medida, marcada para ocorrer na quinta-feira (26), é conter a volatilidade e reforçar a liquidez do mercado cambial.
Bolsa recua com inflação e juros no radar
O ambiente doméstico também contribuiu para o pessimismo nos mercados. A divulgação do boletim Focus, que apresenta as expectativas de economistas e instituições financeiras, indicou piora nas projeções de inflação e de juros para 2025. Isso elevou as taxas futuras de juros e penalizou os ativos de renda variável, contribuindo para o recuo do Ibovespa.
Além disso, a liquidez reduzida típica do período de festas e o cenário de incertezas externas deixaram investidores cautelosos, limitando a recuperação da bolsa.