Ao contrário das montadoras Volkswagen, Fiat e Chevrolet, há decadas instaladas no país e comandando o volume de vendas de veículos, mesmo nas crises, outras não tiveram a mesma sorte. Algumas marcas não conseguiram cair nas graças do consumidor brasileiro, como a britânica MG Motor, controlada pela chinesa SAIC, que chegou ao Brasil em 2011, com a expectativa de comercializar 22 modelos diferentes e a venda de ao menos 1.500 unidades/ano. A fabricante deixou o país em 2013.
Atual dona da Volvo, a Geely chegou aqui em 2014 por meio do Grupo Mandini. Em 2016, em virtude da baixa demanda e o dólar alto, e após vender somente mil unidades em dois anos, também se retirou do país. A Daihatsu, adquirida pela Toyota e com modelos de baixo custo, se instalou no Brasil em 1994, no início do Plano Real; mas, em 1999, deu adeus ao seu projeto por aqui.
A espanhola SEAT começou em 1995, representada pela Volkswagen, mas saiu de linha em 2002. A Infiniti, aposta da montadora japonesa Nissan, no ano de 2000, desistiu de se instalar no Brasil (seus carros eram negociados pelas concessionárias da própria Nissan), embora tivesse prometido se instalar no Brasil, reavaliou o mercado e desistiu da ideia inicial.
A sul-coreana Ssangyong, diferente da sua conterrânea Hyundai, tentou se fixar por aqui em três ocasiões, entre 1995 e 1998, 2001 a 2015 e 2017 e 2019. Afundada em dívidas, pediu falência que, negada, foi adquirida pela metalúrgica KG Group, passando a se chamar KG Motors.
A constância das crises no mercado automotivo no Brasil se devem à perda de rendimentos do consumidor; a alta do dólar, que impacta a produção; e também a falta de peças.
Como resultado, pelo menos quatro montadoras que ainda resistem no mercado nacional, como forma de minimizar perdas, decidiram conceder férias coletivas aos seus funcionários.
A Volkswagen, General Motors, Hyundai e Stellantis param suas produções para evitar acúmulo de estoque, já que as vendas estão muito reduzidas.
A falta de componentes e a alta inflação forçam essas medidas. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos
Automotores), já previa a desaceleração do mercado em 2023.
Márcio de Lima Leite, presidente da associação, explicou que “apesar de um aumento de quase 13% nas vendas em janeiro, esperava-se um crescimento maior” e alertou sobre a necessidade da redução da taxa de juros para reativação do mercado no setor automotivo.