Donald Trump fez um anúncio muito importante para a distinta plateia global. O novo (velho) presidente dos Estados Unidos promete acabar com a quebradeira do Leste Europeu em apenas um dia de trabalho na residência mais famosa do planeta. A iniciativa significaria o ponto final nas escaramuças entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. O americano falastrão conseguirá cumprir a complicada promessa? Muito difícil. O cérebro do republicano é um amontoado de ideias, porém, com escassas atitudes práticas. O homem funciona como furioso cão vira-lata: produz muito barulho, mas pouco morde. Graças a Deus!
A outra incógnita dessa complexa equação atende pelo nome Vladimir Putin. O neoczar até concorda com um cessar fogo, desde que a sua ânsia expansionista seja saciada. Essa postura radical tem justificativa histórica. O jurássico mandatário jamais aceitou o fim da velha União Soviética. Mas, qual a real pretensão do atual inquilino do Kremlin? Putin é um humilde ”altruísta”. As suas reivindicações são franciscanas. Tenham piedade dessa “nobre alma”! Confira a “listinha” do autocrata moscovita:
- A não adesão da ucrânia à OTAN
- Reconhecimento da Criméia como um território russo
- O governo de Kiev ainda terá que abrir mão do controle de Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporisznhica. Esses espaços geográficos foram arbitrariamente anexados em 2022.
A Rússia conquistou 20% do país em três anos de conflito.
Como se vê, é muito fácil a missão do suposto cidadão mais poderoso do sistema solar. Donald convencerá Zelensky a entregar os dedos (das mãos e dos pés) e os anéis? Conclusão lógica. Retórica agressiva e cara malvada não resolverão essa encrenca da geopolítica. Uma coisa não se pode negar. Com a chegada de Trump à “Casa Branca” — a partir de 20 de janeiro — o mundo ficará “mais divertido”. Se não virar pó logo a seguir.
Na avaliação de George Will, experiente jornalista do jornal Washington Post, a tão temida Terceira Guerra Mundial já está em andamento. Ou encontra-se muito próximo disso. Veja bem. Há três fios desencapados em pontos distintos da paisagem internacional: Leste Europeu (com o atrito Rússia e Ucrânia), Oriente Médio (escaramuças de Israel, Irã e grupos terroristas) e na Ásia (o imprevisível imbróglio China/Taiwan e a instabilidade entre as Coreias). E o cenário fica mais dramático quando se observa o perfil dos atores envolvidos (todos com claros indícios de psicopatia) nesse teatro de risco extremo: Vladimir Putin, Benjamin Netanyahu, Xi Jinping, Kim Jong-un e, agora, Donald Trump.
Válvula de escape. Procuro insistentemente pelo deus das religiões — aquele que resolve tudo com infinita facilidade, desde que recompensado com o dízimo. Só ele pode salvar esse “vale de lágrimas” do caos absoluto. Pena que ele não há.
Fernando Silva é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.
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