O candidato republicano se prepara para travar uma guerra nos tribunais se os resultados não forem favoráveis a ele. Batalhões de advogados, ativistas e representantes eleitos estão sendo mobilizados para alimentar a suspeita nos eleitores.
A confusão começará no dia cinco de novembro, a data da eleição. O pleito desse ano é um dos mais acirrados da história dos Estados Unidos. Há um cenário de incertezas quanto aos resultados das urnas. Impossível prever com exatidão o vencedor da disputa. As pesquisas de opinião não são unânimes em relação ao triunfo de Donald Trump ou Kamala Harris. Em caso de derrota, porém, o ex-presidente promete promover uma inédita operação de guerra para questionar o resultado.
Essas serão as estratégias do republicano:
Um anúncio prévio, e sem fundamento, de sua vitória;
Bloqueio dos locais de apuração dos votos,
Implantação de uma verdadeira guerrilha eleitoral em várias frentes;
Uma série de atos intimidatórios de grupos ou individualmente.
A estratégia não funcionará como a invasão do Capitólio em 2021, mas haverá distúrbios em pontos distintos do país.
As autoridades americanas se prepararam para o pior dos cenários
Mas há uma diferença em relação à sombria invasão do Capitólio. A detenção de quase 1300 pessoas por este ato e as penas de prisão, por vezes pesadas, aplicadas às milícias armadas como os Oath Keepers ou os Proud Boys têm um efeito dissuasor.
Além disso, desta vez, as autoridades federais e locais estão preparadas. A prevenção ao pior cenário possível levou à adoção de medidas de segurança excepcionais para proteger as comissões eleitorais em vários pontos dos EUA. As ruas serão fechadas e as patrulhas policiais reforçadas. Em algumas localidades, como o condado de Maricopa (Arizona), atiradores de elite vigiarão os telhados dos edifícios no dia 5 de novembro. Os voluntários encarregados da contagem dos votos também dispõem de procedimentos para fazer alertas às autoridades por meio de mensagens de texto ou por walkie-talkie, em caso de agitação.
* Fonte: Piotr Smolar- correspondente do jornal Le Monde (França) em Whashington