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Dossiê de uma “organização” no poder

Dossiê de uma “organização” no poder

Foto: TV Brasil/GOV

Não há nenhuma surpresa nas notícias que pululam na imprensa nos últimos dias: estimativa de déficit fiscal do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023 pode chegar a mais de R$ 177 bilhões — maior que a dívida de Minas Gerais com a União, hoje em torno de R$ 160 bilhões.

Para tapar, ou minimizar esse rombo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está procurando de qual setor vai poder extorquir mais imposto que, como sempre, vai penalizar o consumidor brasileiro, que é sempre quem paga as contas dos inescrupulosos governantes.

Segundo o jornal Gazeta do Povo, em 2022, último ano do governo Jair Bolsonaro (PL), a União deixou um superávit de R$ 54,1 bilhões.

Desde quando assumiu o poder pela primeira vez, em 2003, os governos petistas se notabilizaram por escândalos de corrupção, marca implícita de sua biografia.

Dados do R7, da Rede Record, de 13 de maio de 2016, relatam que durante os mandatos de Lula (dois) e Dilma (um e meio), os escândalos políticos e casos de corrupção sempre estiveram presentes no primeiro escalão do governo. Ao todo, as denúncias comprovadas nos últimos 13 anos somam mais de R$ 47 bilhões em desvios.

Nos primeiros seis meses de gestão Lula, em 2003, o governo enfrentou a crise do dinheiro enviado ilegalmente para paraísos fiscais. O caso foi investigado pela CPI do Banestado, na Câmara dos Deputados. À época, o deputado José Mentor (PT) foi acusado de sabotar a CPI para proteger membros do governo petista. Em junho daquele ano, veio à tona o esquema de corrupção do DNIT, com desvio de R$ 32,3 milhões de recursos destinados à construção de estradas. O ministro dos Transportes era o mineiro Anderson Adauto.

Em setembro, ainda em 2003, a ministra da Secretaria de Assistência e Promoção Social, Benedita da Silva (PT), foi descoberta utilizando a verba pública para custear passagens e hospedagem dela em Argentina e Nova Iorque, em compromissos pessoais. Ao todo foram R$ 19 mil.

No início de 2004, surgiram as primeiras evidências do esquema do mensalão, maior escândalo do governo Lula, que pagava propina a parlamentares para votar a favor de projetos petistas no Congresso. O articulador foi o então ministro José Dirceu, da Casa Civil. As estimativas apontavam um desvio superior a R$ 200 milhões.

Em 2005, o ministro Romero Jucá (Previdência) fez empréstimos de R$ 18 milhões de bancos públicos usando como garantia sete fazendas que não existiam. No mesmo período estourou o esquema de corrupção na CPI dos Bingos, que detectou um desvio de mais de R$ 7 milhões de dinheiro público para políticos e empresários.

Em 2006, o ministro das Comunicações, Luiz Gushiken, foi acusado de desvio de R$ 11 milhões dos fundos de pensão dos funcionários públicos.

No segundo governo Lula, a partir de 2007, na pasta do Trabalho, sob o comando do ministro Carlos Lupi (PDT), descobriu-se uma fraude envolvendo ONGs e fundos destinados a programas para desempregados que somaram R$ 18 milhões em desvios.

Em 2008, a ministra Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial, deixou o cargo depois da descoberta de gastos indevidos com cartões corporativos do governo no valor de R$ 171 mil. A denúncia levou a outras investigações de mais despesas ilegais do alto escalão do governo.

Para obterem benefícios com incentivos fiscais, em 2009, montadoras pagaram R$ 36 milhões em propinas para o governo editar a medida provisória número 471, que gerou um prejuízo de R$ 1,3 bilhão em impostos.

Apesar de todas as corrupções, Lula conseguiu tornar Dilma Rousseff sua sucessora.

Em 2013, o líder do governo Dilma na Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT), foi acusado de fraudes em licitações que chegaram a R$ 1 bilhão. O dinheiro foi enviado para empresas que financiaram a campanha do PT.

Desde 2014, incluindo a reeleição da “presidenta”, o governo se viu envolvido em acusações de corrupção na Petrobras, descoberta na Operação Lava jato, que, estima-se, tenha gerado um desvio de R$ 42,8 bilhões, segundo a Polícia Federal.

Em seu terceiro mandato, quando foi imposto ao cargo pelo “sistema”, Lula empenhou (reservou) para 2023, segundo dados divulgados pelo site Poder360, a quantia de R$ 24,2 bilhões para ver seus planos de governo aprovados pelos Congressistas.

As viagens internacionais de Lula custaram ao Itamaraty, no primeiro semestre, a bagatela de R$ 24,8 milhões, segundo valores obtidos pelo Poder360 via pedido à Lei de Acesso à Informação. Os valores não consideram o translado aéreo, bancado pela FAB, mas que está sob sigilo.

Em cartão corporativo, Lula e Janja, sua esposa, esbanjaram até agora R$ 14,8 milhões. Na edição de 18 de novembro, a Revista Oeste estima que até o Natal, o casal presidencial deverá chegar aos R$ 15 milhões no gasto com o cartão corporativo.

A Revista Oeste, em sua edição de 23 de novembro, denuncia que Lula e Janja querem comprar um enxoval de 168 peças, no valor de R$ 89 mil, em algodão egípcio. A licitação deverá ocorrer em 4 de dezembro.

Em 23 de janeiro de 2023, somente 23 dias após sua posse, Lula anunciou um empréstimo à Argentina no valor de US$ 689 milhões para financiar a segunda etapa do gasoduto Néstor Kirchner, por meio do BNDES. Ao que tudo indica, o governo esquerdista continuará fazendo caridade aos países da mesma linha ideológica, a exemplo do que fez no passado, emprestando dinheiro à Bolívia, Venezuela, Angola, Moçambique, Cuba e até a República Dominicana.

Cuba, por exemplo, terá que vender muito charuto e cana de açúcar para honrar sua dívida com o Brasil.

Os governos petistas insistem em não enxergar que não vivemos num paraíso, que nossos problemas são gigantescos quanto a nossa extensão territorial e nossa população multicultural.

No Nordeste, a exemplo, a região mais pobre do país, grande parte da população sobrevive do auxílio do programa Bolsa Família e, para piorar, a água da transposição do Rio São Francisco para o árido nordestino foi cortada pelo governo do “pai dos pobres”, que, a propósito, é natural da região.

Retrocedendo aos seus primeiros mandatos, os caminhões pipa voltaram com força total a distribuir o precioso líquido à sofrida população, levantando suspeitas de que haja um conluio do governo com as empresas que fazem esse transporte.

O que está ruim pode piorar muito. Esse é só o primeiro ano desse tenebroso governo.

Alírio de Oliveira é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

*** O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

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