Dudu Braga, filho do cantor Roberto Carlos, morreu nesta quarta-feira (8). Ele enfrentava um câncer no peritônio (membrana que envolve a parede abdominal), desde setembro do ano passado. Radialista e produtor musical, Dudu estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Ele deixa a mulher Valeska, com quem era casado há 17 anos, e os filhos Giovanna, de 22 anos; e Gianpietro, de 17 anos; e Laura, de 5 anos. O filho do Rei lutava contra a doença depois de já ter enfrentado dois tratamentos contra um câncer de pâncreas, em 2019.
Dudu oficializou a união com Valeska em uma cerimônia íntima realizada no final do último mês de agosto, com a presença de Roberto Carlos, que deixou o isolamento pela primeira vez. A cerimônia, para apenas 12 convidados, foi abençoada pelo padre Antônio Maria.
Em entrevistas recentes, Dudu Braga falou sobre o tratamento. À Revista Quem, o radialista disse ainda em 2020, quando câncer foi descoberto novamente, chegou a fazer o tratamento e ficar bem. Mas, a doença voltou há um mês. “Comecei a ter umas recidivas de ter que voltar para o hospital. O meu aparelho digestivo estava ficando inflamado com uma certa facilidade”, explicou ele.
Todo o tratamento aconteceu no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, acompanhado pelo oncologista Fernando Maluf.
Dudu Braga, que foi diagnosticado com glaucoma logo ao nascer e perdeu a capacidade visual ainda criança, é um dos quatro filhos de Roberto Carlos. Ele nasceu em 1969, fruto do casamento com Cleonice Rossi, que morreu de câncer de mama em 1990.
As flores do jardim da nossa casa
O Rei Roberto Carlos chegou a compor uma música especialmente para o filho, Dudu Braga. Em 1968, ao descobrir o problema na visão de seu filho, na época recém-nascido, o cantor embarcou com a mulher, Cleonice Rossi, para Holanda. O país, então, dominava a cirurgia para glaucoma congênito, doença que tirou a visão de Dudu.
Após uma operação bem-sucedida, o Rei foi obrigado a voltar com o filho para Amsterdã em dezembro do mesmo ano, quando Dudu foi submetido a uma nova cirurgia. Segundo a biografia “Roberto Carlos em detalhes”, de Paulo César de Araújo, censurada pelo cantor, foi no hotel próximo à clínica holandesa que Roberto compôs uma das músicas mais belas e tristes: “As flores do jardim da nossa casa”.
A música, que abre o 10º disco de estúdio do cantor, lançada em 1969, faz referência à impossibilidade da visão, no refrão: “Eu já não posso mais olhar nosso jardim/ Lá não existem flores, tudo morreu pra mim”.