Foram dois grandes jogos, com todos os ingredientes de um clássico. Gols, dribles, brigas, reviravoltas. Mas, no final, deu a lógica. Melhor time e soberano nos últimos anos, o Atlético se superou, colocou a cabeça no lugar e venceu o Cruzeiro por 3 a 1, com gols de Saravia, Hulk e Gustavo Scarpa. Mateus Vital marcou o único tento cruzeirense. É o quinto título mineiro consecutivo do Galo, que ganha novo ânimo após início de temporada ruim.
“Falta para…”
Se o primeiro tempo pudesse ser resumido em uma palavra, seria “falta”. Grande como poucos clássicos brasileiros (e mundiais) são, o jogo foi truncado, brigado, falado. Pior para o Atlético, que era quem precisava de uma vitória para erguer a taça. Melhor para o Cruzeiro, claramente jogando com o regulamento debaixo dos braços.
Ainda assim, o Galo conseguiu duas grandes chances. Na primeira, aos sete minutos, Paulinho saiu cara a cara com Rafael Cabral e errou. Parecia um déjà vu. Já nos acréscimos, foi a vez de Hulk ficar frente a frente com o arqueiro celeste. Porém, ao invés de chutar, preferiu tentar ganhar a falta. Outro déjà vu? Neris, que havia ido mal no lance, conseguiu se redimir e evitar o pior.
O Cruzeiro chegou ainda menos, mas cresceu a partir dos 30 minutos. Matheus Pereira, em cobrança de falta, levou perigo a Everson. Um minuto depois, aos 36’, Marlon chegou bem pela esquerda, mas cruzou mal.
Após longos 50 minutos, os dois rivais desceram ao vestiário empatados por 0 a 0. O resultado que melhor traduz um primeiro tempo decepcionante.
Segundo tempo
Se faltou emoção na primeira etapa, sobrou na segunda. Logo aos 50 segundos, William chegou bem e levou perigo. Aos 3′, Paulinho desperdiçou nova ótima chance, ao errar passe para Hulk. Com cinco minutos, já eram dois cartões amarelos, para Romero e Arana. Intensidade.
Aos 7, o tão esperado grito de gol. Matheus Pereira, melhor do Cruzeiro em campo, colocou na cabeça de Mateus Vital, que abriu o placar. Nos minutos seguintes, o Atlético até sentiu o gol, mas a reação não demorou.
Doze minutos depois, Otávio deu lindo passe para Saravia acertar uma cabeçada ainda mais linda. Ousado, Milito colocou Igor Gomes, Vargas e Scarpa, tirando Bruno Fuchs, Otávio e Bataglia. E foi recompensado.
Pela direita, Igor Gomes tentou cruzamento e Lucas Silva colocou a mão na bola. Pênalti. Hulk, sempre ele, bateu e converteu, colocando o Atlético na frente. A partir daí, o Cruzeiro foi pra cima, mas pouco ameaçou. Ainda houve tempo para um gol de Dinenno, seria o sexto na competião, mas anulado por impedimento.
Nos minutos finais, já não havia esquema ou planejamento, apenas coração. Completamente aberta, a Raposa se abriu e não só não conseguiu empatar, como levou o terceiro. Paulinho serviu Gustavo Scarpa que, com categoria, driblou Rafael e selou o título. Após duas finais cheias de surpresas, o Campeonato Mineiro de 2024 termina como tem sido sempre. Com um título do Galo.