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Efeito colateral! Brasil entra em alerta com a possível volta de Trump à Casa Branca

Foto: Alan Santos/PR/Flickr

O governo brasileiro vê com preocupação a possível eleição do republicano Donald Trump e sua volta ao poder nos Estados Unidos, antevendo um cenário de tensão entre os dois países.

Uma vitória de Trump nessas eleições norte-americanas pode intensificar divergências em temas sensíveis.

Na sexta-feira, primeiro de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), manifestou seu apoio à candidata do partido democrata, Kamala Harris, vice-presidente dos Estados Unidos, após comentários sobre o avanço de ideologias extremistas pelo mundo. “Como sou amante da democracia, acho a coisa mais sagrada que nós humanos conseguimos construir para governar bem o nosso país. Obviamente, estou torcendo para Kamala vencer as eleições”.

Lula acredita que a volta de Trump possa ser uma nova face do nazismo e fascismo no mundo.

A diplomacia brasileira vê como um ponto crítico na possível vitória de Trump a interrupção de cooperação ambiental, já que em seu primeiro mandato, o republicano retirou seu país do Acordo de Paris, favorecendo a indústria de combustíveis fósseis, que hoje dá suporte financeiro à sua candidatura. O governo brasileiro teme que fundos importantes, como o Fundo Amazônia, continuem bloqueados pelo Congresso norte-americano, caso ele obtenha maioria na Casa.

Outro fator que tem incomodado as autoridades brasileiras é a proximidade de Trump com Elon Musk, dono da plataforma X (Twítter), também financiador da campanha do magnata republicano.

Musk teve divergências com o ministro do STF, Alexandre de Moraes e sua proximidade com Trump pode reforçar essa aliança.

Bruna Santos, presidente do Brazil Institute, afirma que há, no Congresso dos EUA, articulações para questionar o Brasil sobre supostas violações de liberdade de expressão, o que pode ter maior ênfase com Trump.

Analistas de política internacional acreditam que, na América latina, Trump deverá priorizar relacionamento com novos aliados, como o presidente Argentino Javier Milei e Nayib Bukele, presidente salvadorenho, aliados à extrema direita. 

Ian Bremmer, presidente da consultoria de risco Europa, avalia que Trump é “transacional” e prioriza quem está no poder, focando em parcerias estratégicas com quem possa fortalecer a posição do seu país na região.

Jair Bolsonaro pode perder influência na agenda regional de Trump.

Outro ponto que causa preocupação ao governo brasileiro é a relação de Trump com o presidente russo, Vladimir Putin, que Lula defende como peça-chave para uma solução de paz no conflito ucraniano.

O republicano deixou claro que, se eleito, vai reduzir o apoio militar e financeiro à Ucrânia; ideia que se alinha às propostas do Brasil para as negociações de paz, mas, isso pode vir acompanhado de uma política mais agressiva no Oriente Médio, encorajando ainda mais o primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu em suas ações em Gaza e no Líbano.

Com a possível vitória de Kamala Harris, o Brasil acredita na continuidade das políticas do atual presidente, Joe Biden, com maior facilidade de diálogo, alinhado aos valores democráticos e ambientais.

* Fonte: Brasil 247

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