Termina nesta quinta-feira (24) a Décima Sexta Cúpula do Brics, bloco criado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, agora com mais filiados e os denominados parceiros, que não integram diretamente essa associação.
O evento ocorre na cidade russa de Kazan e, na ocasião, o anfitrião passa a presidência do bloco para o Brasil, que assume a presidência em janeiro de 2025, com um mandato de um ano.
O Brasil já esteve na presidência do bloco em 2019, durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio de videoconferência, anunciou em sessão plenária, que o lema da presidência brasileira será o “fortalecimento da cooperação do sul global para uma governança mais inclusiva e sustentável”. Lula ressaltou que a gestão vai focar na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países.
Outro assunto que deve ser pautado na reunião de hoje é a criação de um sistema de pagamentos para transações comerciais entre os países do bloco, como uma alternativa à dependência do dólar.
Lula, no discurso à Cúpula do Brics, enfatizou: “Não se trata de substituir nossas moedas, mas é preciso trabalhar para que a ordem multipolar que almejamos se reflita no sistema financeiro internacional”.
Em 2025, o Brasil vai sediar a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), em Belém (PA), o que deve concentrar as atividades do Brics no primeiro semestre desse ano.
A conferência do meio ambiente é um dos temas prioritários neste terceiro mandato de Lula.
O presidente anfitrião, Vladimir Putin, disse: “Foi preparada uma declaração final, que contém avaliações gerais do estado das questões mundiais, resume os resultados da presidência russa no Brics e define as referências de integração a longo prazo”.
O texto do documento é composto de um prefácio e quatro seções: “Fortalecimento das relações multilaterais no interesse de uma ordem mundial mais justa e democrática, fortalecimento da cooperação no interesse da estabilidade e segurança global e regional, aprofundamento da cooperação econômica e financeira no interesse do desenvolvimento global equitativo e, expansão dos intercâmbios humanitários no interesse do desenvolvimento socioeconômico”.
No último dia do evento, estão programadas reuniões no formato BRICS.
A ausência de Lula no evento provoca controvérsias a respeito de uma suposta queda no banheiro. Algumas publicações em redes sociais afirmam que o presidente brasileiro não compareceu à reunião do bloco por saber da presença do hoje seu desafeto venezuelano, Nicolás Maduro.
O Brasil se postou contra a filiação da Venezuela e da Nicarágua ao Brics.
O encontro entre ambos presidentes seria constrangedor.