Muito por conta das dificuldades financeiras, o Cruzeiro tem olhado com mais carinho para as suas categorias de base. Geovane Jesus, grande nome do jogo de sábado contra a Chapecoense, e Daniel Jr. são algumas das revelações celestes já utilizadas nesta temporada. Isso implica, obviamente, no interesse de outras equipes nestes jogadores.
Mas além dos seus jovens atletas, a Raposa certamente terá que lidar com o “olho gordo” de times da Série A sobre outra figura importante do clube: Paulo Pezzolano. Esta não é uma informação de bastidor trazida em primeira mão pelo humilde colunista que vos escreve, apenas uma embasada previsão.
É questão de tempo o começo da dança de cadeiras dos técnicos da Série A. Se até com a regra – já extinta – que limitava uma demissão de treinador por temporada os cartolas encontraram um jeito de dar continuidade ao troca-troca, nada indica que o cenário mudará.
E diante de um mercado tão escasso de bons nomes, a mira certamente se voltará a Pezzolano. Pouco ou nada conhecido no Brasil antes de chegar ao Cruzeiro, o treinador, ex-Pachuca (MEX), recebeu um elenco limitadíssimo e o transformou em um time extremamente organizado.
No Campeonato Mineiro, fez um clássico equilibrado contra o poderoso rival na primeira fase e competiu até onde pôde na final em jogo único. Na Série B, com cinco rodadas jogadas até aqui, já alcançou a melhor colocação do clube desde o descenso à segunda divisão.
Mas mais importante do que olhar os resultados é observar o campo. O Cruzeiro é um time com ideias! Na transição ofensiva, saída sempre pelo chão e passes objetivos, verticais. Na frente, muita movimentação e jogadores se procurando o tempo todo, sem se livrarem da bola de qualquer jeito.
No momento defensivo, a palavra de ordem é pressão. Assim que perde a bola, o Cruzeiro tenta recuperá-la rapidamente, impedindo, assim, o contra-ataque rival e encurtando o caminho para o gol adversário.
Praticamente quatro meses após a chegada de Pezzolano, o time celeste já tem uma filosofia de jogo bem clara, mesmo passando por várias trocas de peças. E o prestígio do técnico uruguaio junto à torcida é nítido, basta observar as redes sociais.
Essa mistura de fatores fará com que, em algum momento do ano, clubes brasileiros tentem tirá-lo de Belo Horizonte. Cabe ao Cruzeiro trabalhar e torcer para que seu comandante prefira terminar 2022 na Toca da Raposa.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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