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Em Brumadinho, aves voltam à natureza depois de anos em cativeiros

Brumadinho: aves voltam à natureza depois de anos em cativeiros

Foto: Divulgação

Mesmo com gaiolas e viveiros abertos algumas aves podem demorar a bater suas asas rumo à liberdade. Ainda que classificadas como animais silvestres, a grande maioria viveu durante toda a vida entre grades, mas, aos poucos, depois de muita paciência e treinamento, elas estão prontas para o primeiro voo livre.

Entre 2019 e 2022, cerca de 30 aves, entre tico-ticos, periquitões-maracanãs, rolinhas-roxas e canários-da-terra, resgatadas em situação de risco, foram reabilitadas e soltas na natureza, pela Vale e instituições parceiras. Todo o processo está alinhado a iniciativas para recuperação ambiental e da biodiversidade da região impactada pelo rompimento da barragem em Brumadinho é acompanhado e pelos órgãos ambientais competentes.

Por terem passado grande parte da vida em cativeiro, essas aves precisaram de treinamentos para readquirir as habilidades necessárias para encontrar alimento, abrigo, identificar predadores, além de exibir comportamentos típicos da sua espécie; o que, naturalmente, não envolve socialização com humanos.

O processo de reabilitação é variável, e envolve fatores específicos de acordo com a espécie, o indivíduo e o período em que o animal permaneceu em cativeiro. Por isso, o programa de reabilitação não possui períodos pré-definidos e pode ser adaptado para obter os melhores resultados para cada espécime envolvido no processo.

No caso dessas aves, os procedimentos envolveram ainda a formação de grupos sociais saudáveis, onde todos os indivíduos foram reabilitados e soltos ao mesmo tempo. Para isso, outras 67 aves abrigadas em Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) foram selecionadas e passaram pelo mesmo processo de reabilitação e soltura juntamente com as aves resgatadas durante as ações emergenciais da Vale. “Esse estímulo à interação entre indivíduos da mesma espécie favorece, especialmente, animais resgatados ainda filhotes, e que de outra forma não teriam como aprender comportamentos essenciais à sua sobrevivência”, ressalta a analista ambiental da Vale, e Dra. em comportamento animal, Cristiane Cäsar.

Foto: Divulgação

Durante o processo de reabilitação as aves passam a ter o mínimo de contato possível e são estimuladas a terem aversão à seres humanos para que não se aproximem ou sejam atraídas por eles depois que forem reintegradas à natureza. Certos animais apresentavam deficiências físicas, como ausência de penas devido à corte e/ou brigas ou algum membro quebrado. Nestes casos, é necessário um acompanhamento médico veterinário para que a espécie readquira as condições físicas necessárias para participar do programa de reabilitação.

Desde o resgate dos animais até o cuidado e preparação para a reintegração à natureza, o trabalho envolve a participação de um efetivo de mais de 60 profissionais, entre biólogos, veterinários e auxiliares de campo.

A realização de treinamentos e testes que avaliem e confirmem os comportamentos aprendidos são essenciais para comprovar as habilidades sociais, anatômicas e funcionais. E, antes da soltura, as aves ainda passam por exames sanitários a fim de garantir sua saúde e impedir a introdução de patologias no ambiente de soltura. Por fim, após a soltura, elas são monitoradas para avaliar sua sobrevivência e bem-estar no ambiente natural”, destaca Cristiane.

Foto: Divulgação
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