O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) oficializou e empossou seis novos ministros. A cerimônia aconteceu na última terça-feira (6), na Sala de Audiência do Palácio do Planalto, com a transmissão de cargos sendo realizada de maneira separada, com uma pessoa por vez. Porém, a posse foi fechada e, por isso, os jornalistas não puderam acompanhar o processo — que também não foi transmitido via internet ou por outro meio de comunicação.
O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), acompanhou a cerimônia. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, chegou a ser anunciado pela Secretaria Especial de Comunicação Social como um dos ministros que seriam empossados na cerimônia desta terça-feira. Queiroga, contudo, não compareceu à cerimônia e não foi listado nas informações divulgadas pelo Planalto sobre o evento. O chefe da Saúde foi foi oficializado em seu cargo no dia 23 de março também em ato reservado, inaugurando o modelo de posses “secretas” no Governo Federal.
Nesta terça, na posse da deputada Flávia Arruda como ministra da Secretaria de Governo, estavam presentes o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e o primeiro vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM). Atual presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também esteve presente. O ex-deputado foi condenado pelo envolvimento no esquema do mensalão durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A nomeação de Flávia representou mais um cargo no governo conquistado pelo bloco do Centrão, atual base política de Bolsonaro no Congresso.
Em nota divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação Social, Flávia Arruda destacou em seu discurso a “enorme honra e responsabilidade” de assumir o papel de fazer a articulação política com o Congresso “num momento tão crucial da história do país”. A ministra disse ainda que “a hora é de diálogo, de compreensão, de solidariedade e de trabalho pelo Brasil”.
Antigo ocupante da vaga na Segov, Luiz Eduardo Ramos assumiu a Casa Civil. Em seu discurso, ressaltou que “na realidade, o grande articulador político deste governo foi, é, e sempre será Jair Bolsonaro”. “Eu estava apenas como um auxiliar aprendendo sempre e me surpreendendo com a sua perspicácia e, como o Braga Netto sempre lembra, de um timing político inigualável”, disse.
O general Walter Braga Netto foi oficializado como novo Ministério da Defesa, em substituição ao general Fernando Azevedo e Silva, demitido na semana passada após divergências com o presidente. O novo ministro da pasta reforçou que “as Forças Armadas permanecem cumprindo seu dever constitucional, especialmente nesse momento de combate à Covid-19”.
Segundo a Defesa, a posse também foi prestigiada pelos novos comandantes das Forças Armadas, almirante Almir Garnier, da Marinha, general Paulo Sérgio Oliveira, do Exército, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, da Aeronáutica.
Também tomou posse nesta terça-feira Carlos Alberto França, novo ministro da Relações Exteriores. Ele prometeu uma atuação do Itamaraty no exterior “sem preferências ou exclusões”. “Meu compromisso é engajar o Brasil em intenso esforço de cooperação internacional, sem exclusões. E abrir novos caminhos de atuação diplomática, sem preferências desta ou daquela natureza”, afirmou.
Os ministros André Mendonça, da Advocacia-Geral da União, e Anderson Torres, da Justiça e Segurança Pública, também participaram da cerimônia, apesar se já terem sido empossados na semana passada.