Durante o Sermão do Encontro, em Itabira, o padre Ueliton Neves advertiu fieis sobre a “espetacularização da violência”. Ao lembrar o sofrimento do Cristo e da virgem Maria, o sacerdote da Igreja Católica criticou situações semelhantes observadas hoje. “É triste ver hoje aqueles que se dizem cristãos fazendo parte da turba que se diverte com a dor, com o sofrimento alheio”, repreendeu.
Na noite dessa quarta-feira, 28 de março, centenas de fieis lotaram a avenida Mauro Ribeiro, em frente ao Santuário São Geraldo Majela. Na avenida, ocorreu o encontro das imagens do Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores, que saíram em procissão, cada uma delas, da comunidade São Geraldo, no bairro Major Lage, e da Igreja Nossa Senhora de Fátima, no Vila Amélia.
A Procissão do Encontro faz parte das tradições da Semana Santa e relembra ora o sofrimento de Maria ao encontrar Jesus no caminho para o calvário, ora do Cristo, açoitado, coroado de espinhos e condenado à morte por Pôncio Pilatos. “Jesus sofreu a paixão; a virgem, a compaixão”, citou padre Ueliton Neves, pároco do santuário.
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O sermão do clérigo reforçou as lições deixadas pelo rito litúrgico. “Na via-sacra da vida podemos ser Maria, José, Irineu, Verônica, José de Arimatéia. As vezes somos o Cristo, noutras somos Pilatos. A paixão e morte sangrenta de Cristo foi um espetáculo para muita gente. (…) Hoje, vemos isso ao observar a audiência daqueles que fazem da morte um espetáculo. Na sociedade do espetáculo, o quinto mandamento – não matar – deixou de existir”.
O pároco também advertiu os pais para com a educação dos filhos. “Nós somos cúmplices dessa cultura quando alimentamos nossos filhos com jogos violentos e filmes insanos, quando damos abertura para a maldade e agimos também com violência”, comentou.