Em meio a fechamentos, alguns bares itabiranos se destacam por responsabilidade na pandemia
Situação reforça o compromisso de empresários e comerciantes atentos às mudanças atuais
Que 2020 é (foi?) um ano atípico, não é novidade para ninguém. A pandemia nos inseriu em uma nova realidade, o mundo precisou se adaptar às condições incomuns e até o nosso jeito de comemorar, interagir e curtir mudou. Assim como outras festividades, este ano, o réveillon também será.
Aglomeração não é uma alternativa aceitável e o distanciamento social é necessário. Todavia, em Itabira ainda há alguns bares e estabelecimentos que são considerados opções positivas para aqueles que querem sair da rotina de forma segura e responsável.
Apesar da prefeitura de Itabira ter efetuado o fechamento e/ou aplicação de multa em inúmeros pontos comerciais da cidade, por desrespeito às regras de contenção da Covid-19, muitos outros bares e estabelecimentos se mantiveram firmes.
Esta situação reforça o compromisso de empresários e comerciantes atentos às mudanças atuais e, principalmente, ressalta a responsabilidade de pessoas preocupadas com o bem estar dos próximos e principalmente dos seus clientes.
“A primeira coisa que nós fizemos, quando soubemos da possibilidade de reabertura, foi pegar o decreto do Minas Consciente, ler, interpretar e entender todas as regras. Assim, de cara, já implantamos todas as medidas de segurança no estabelecimento. Posteriormente surgiram outras deliberações e fizemos o mesmo. Além, é claro, de criar as nossas próprias normas e alterações dentro do ambiente, para controlar o fluxo de pessoas”, contou a proprietária do Valentim Empório Cervejeiro, Sofia Ribeiro Pires Lage.
Antes mesmo de ser regulamentado em decreto, o Valentim Empório Cervejeiro já tinha como prescrição interna não atender ninguém de pé, dentro do estabelecimento. Controle de pessoas, proibição de porta sachês nas mesas e preparação de kits aos clientes, foram algumas das medidas implantadas.
“Nós também temos uma fiscalização interna muito rigorosa. Eu faço questão de estar presente no Valentim diariamente, mas, sendo muito honesta, os nossos colaboradores são muito responsáveis e atentos aos detalhes, pois prezam pelo bem dos nossos clientes”, disse Sofia.
Outros estabelecimentos que se destacam por estarem atentos às responsabilidades dentro da pandemia, são O Tonel Chopperia, Sal e Brasa e o Libertas Butiquim. Tidos como referências por muitos itabiranos, os bares entendem que, além de pontos comerciais, são também uma opção àqueles que querem fugir da rotina cansativa de 2020. E oferecem aos clientes um serviço de qualidade, respeito e segurança.
“Um dos atrativos do nosso bar, é o Espaço Kids. As crianças gostam, Entretanto é um espaço que não funciona, por exemplo, na onda vermelha e nem na amarela. Em períodos como esse, nós lacramos o espaço. Ele funciona na onda verde, mas com restrições, limitações e cuidados”, relatou Ricardo Guerra, proprietário do Libertas Butiquim.
O proprietário do O Tonel Chopperia , Guilherme Pessoa Sales, conta que visando o melhor aos seus clientes, priorizou que o estabelecimento caminhasse, desde o início da pandemia, com a equipe de fiscalização.
“Logo no início, a casa se preocupou em estudar e analisar as situações que vinham sendo executadas e chegamos a ficar fechados durante uma semana, para que pudéssemos entender a real situação. Desde então, temos contato semanalmente com a equipe de fiscalização, para juntos, nos atualizarmos sobre as medidas e atividades a serem realizadas. Inclusive ressalto meus agradecimentos a todos do setor de Postura, que sempre nos atenderam com total educação e responsabilidade”, pontuou.
Aceitação do público
Lidar com o público nem sempre é uma situação fácil e quase sempre é desafiador. O proprietário do Sal e Brasa, Johnny France, informou que, apesar das exceções, o estabelecimento conta com um público consciente e responsável. “Trouxemos esta responsabilidade com muito rigor, ganhando confiança de muitos e nem tanta empatia de outros, que acham desnecessários os critérios adotados pela nossa empresa”, disse.
Ricardo Guerra, do Libertas, destacou o quanto um público consciente facilita o trabalho dos bares ao mesmo tempo que contribui para o lazer de todos:
“Nós contamos muito com a colaboração dos clientes, mas, infelizmente, é algo muito difícil. Nós lidamos com muitos contratempos e em algumas ocasiões até “chamamos a atenção” de alguns clientes, o que não é uma situação agradável. Porém, só fazemos isso visando o bem de todos. As pessoas querem se divertir e relaxar, então elas precisam seguir as regras, para que esse direito de se divertir em um ambiente bacana não lhe seja retirado”, ponderou Ricardo.
Os estabelecimentos entendem a importância de prezar por um ambiente correto e dentro das regras, mas os consumidores também precisam se conscientizar quanto à situação. “O Valentim, em várias publicações, se preocupou em conscientizar os clientes sobre as regras da casa, pois sabemos do nosso dever em zelar pelo ambiente. Mas, ainda assim, somos seis ou cinco para cuidar de muitas pessoas. Então é importante que o cliente se conscientize. Se ele quer usufruir de um lugar que gosta, precisa cuidar”, concluiu Sofia.
“Eu analiso a situação como herança cultural. Infelizmente somos indisciplinados em diversas situações de nossa vida.E me incluo nesse ponto.. É difícil entendermos situações, até que elas aconteçam com a gente. Não está sendo nada fácil, ter jogo de cintura. Mas precisamos seguir firmes”, complementou o proprietário d’O Tonel.
Um dos maiores ensinamentos que 2020 nos trouxe é que mudanças e adaptações são necessárias, além de bem vindas. Neste sentido, comerciantes e consumidores precisam agir sempre de forma consciente e responsável.
“O Sal e Brasa estava previsto para inaugurar no dia 20 de março. Até que apareceram os primeiros casos no Brasil. Tudo estava pronto, equipe preparada, estrutura montada, tudo certo para atender a população e ainda fazer uma grande festa. Até que entramos na quarentena, antes da inauguração. Então nós nos recuamos, seguimos os protocolos e usamos o período fechado para nos preparar da melhor forma possível e entender a nova realidade. Com a flexibilização dos comércios não essenciais meses depois, abrimos as portas sem uma inauguração oficial, porém com muito anseio e responsabilidade”, finalizou Johnny.