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Empreendedorismo feminino como história de superação e sucesso

empreendedorismo feminino

Foto: Arquivo pessoal

O empreendedorismo pode ser muito desafiador para quem está tentando e começando, especialmente para mulheres que sofrem com o machismo e os preconceitos ao ocupar cargos de liderança. Com isso, trazemos uma bela história de superação como inspiração para as mulheres que sonham neste Dia Internacional da Mulher

Silvânia Guimarães, 42 anos, é uma mulher preta, de liderança forte, natural de Santa Bárbara e moradora de Catas Altas. Trabalhou desde menina para ajudar sua família a manter a casa, filha de um pai analfabeto e mãe quitandeira, ela cresceu testemunhando a lida de pessoas simples para conquistar o básico. 

Aos 14 anos começou a trabalhar em uma confecção, no ano de 1994, e lá ficou até 2003 quando saiu da loja para ajudar a construir o sonho de seu pai. Ela conta sobre o começo dessa jornada: 

“O restaurante foi um sonho do meu pai e eu dei continuidade quando ele faleceu. Já fazem 19 anos que eu estou à frente do restaurante. (…) Começou no restaurante Recanto da Serra e só depois veio ao Rancho do Pote. Pote é um apelido do meu pai, rancho é o restaurante. Nesse período, eu estava ajudando a minha mãe e tinha meus dois filhos pequenos. E aos fins de semana eu estava lá ajudando ela. (…) O meu pai ficou com a gente até 2006, ele faleceu. E até hoje eu quem estou à frente do restaurante, então eu falo que o sonho do meu pai se tornou meu sonho e a minha profissão.”

Silvânia superou a perda de seu pai no começo da realização de um sonho. Tomou as rédeas da administração do estabelecimento e se manteve firme na liderança do negócio, que é um sucesso entre os viajantes da Região dos Inconfidentes que passam pela rodovia de acesso entre Catas Altas e Santa Bárbara. 

Foto: Arquivo pessoal

 

Ela recebe trabalhadores de diversas empresas e turistas, servindo comida mineira tradicional e de qualidade aos que por ali passam e, inevitavelmente, se encantam com o ambiente rústico e o cheiro atraente que exala do fogão à lenha. 

Contudo, ela nos conta que não tem formação específica em gastronomia. Tudo o que construiu e conquistou veio de uma sabedoria ancestral ensinada por sua mãe:

“O conhecimento que eu tenho aprendi com minha mãe, um pouco de cozinha mineira, eu aprendi com minha mãe quando abriu o restaurante. ”

Hoje, ela faz a gestão do espaço, que é a sua principal fonte de renda e emprega diversos colaboradores. Sua condição social evoluiu em paralelo com o crescimento do negócio e seu trabalho faz diferença e a permite se sentir em paz. 

Silvânia trabalhou por mais de uma década de domingo a domingo, antes de poder colher os frutos de seu esforço. Ela ainda atua treinando muitas mulheres, que estão aprendendo com ela o ofício do servir, de entregar ao público uma comida mineira tradicional, de forma mais profissional. 

E não há pessoas em Catas Altas, e até mesmo na região, que não conheçam o seu restaurante, seu trabalho ou sua pessoa. Ela é uma mulher que lutou contra o luto, deixou sua família em casa para construir seus sonhos e consolidar uma carreira e, finalmente, venceu. Silvânia é um exemplo de persistência, garra e determinação. 

Foto: Arquivo pessoal

 

Questionei a ela se poderia dar um recado para as mulheres que desejam empreender mas têm medo ou resistência, ao que ela respondeu:

“É preciso ter muita fé e coragem para agir mesmo com medo, porque ele sempre vai existir. Tenha um propósito, um lugar onde você quer chegar e seja positiva. Busque se atualizar constantemente. Faça, a cada dia, algo que te aproxime um pouco mais de um amanhã melhor. Desafios sempre irão existir, aprenda com seus erros e faça com amor… porque o amor tudo constrói!”

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