O pré-carnaval de Kezyo Barbosa e seus funcionários da Barman Fest sofreu um prejuízo neste fim de semana. O empresário foi vítima do crime de falsificação, após um dos seus barmans receber três notas falsas de R$ 100. Kezyo percebeu que foi lesado um dia depois do crime, mas não deixou de procurar a Polícia Militar e a organização do evento, conduzido pela Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA). A missão, diz ele, era alertar outros comerciantes que estão atuando no Carnaval.
“Só fui perceber que a nota era falsa no outro dia. Aí eu procurei a polícia de frente para minha loja e pedi que eles alertassem que estavam sendo repassadas notas falsas. Procurei a organização do evento (FCCDA) e pedi que eles também falassem no palco. E falei aos meus funcionários que ninguém, além de mim, pegasse mais notas de R$ 100. Todas as vezes que alguém chegasse com alguma nota de R$ 100, teria que me chamar para eu averiguar se era falsa ou não. Ontem (13) comprei uma caneta com um sensor laser também, e a partir desta sexta-feira (17) toda nota de R$ 100 que eu receber, vou passar a mão numa água e esfregar na nota para ver se ela vai soltar tinta, já que a original não solta tinta”, explica.
Apesar do material falso ser “quase perfeito”, nas palavras de Kezyo, um detalhe gerou desconfiança. “(Percebi que era falsa) na hora que olhei pra ela e vi que ela estava mais nova que as outras. Eu pensei ‘essa nota tá muito nova pro meu gosto, parece ter saído da fábrica agora’. Aí quando olhei direitinho consegui detectar que era falsa, porque a única coisa que eu não consegui achar na nota foi aquele frisozinho, aquela linha que tem nela. O resto era impecável”.
Mesmo diante do estresse, o empresário tem dedicado os últimos dias para aconselhar outros colegas que estão trabalhando no Carnaval. Segundo ele, um ato bastante simples pode diminuir consideravelmente os riscos.
“A primeira coisa é ter atenção. Não pegar a nota de R$ 100 e já virar direto pro caixa, porque a pessoa pode achar que você vai trocar ela, então confere na frente da pessoa. Porque, caso você veja que é realmente falsa, já pode olhar pro lado e, se tiver polícia, pode gritar pra polícia prender ele. Se o criminoso está com uma nota pra te passar ali, ele tem mais 20 no bolso”.
Outra dica do itabirano é não repassar as notas falsas. Segundo ele, isso pode gerar um efeito dominó que prejudicará outras pessoas sem condições de arcar com os prejuízos.
“Meu prejuízo financeiro foi só de R$ 300, eu tenho condições de arcar com esse prejuízo, mas muitas pessoas não têm. Então eu falo que quem receber a nota de R$ 100, não passe ela para frente. Entregue ela no banco, como eu fiz, porque se você passa isso pra uma pessoa que é funcionária e o patrão desconta dela, talvez ela não tenha condições de arcar com esse prejuízo que você deu nela”.
O que diz a PM
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar aconselho que os comerciantes evitem se apressar na hora do atendimento, além de ter meios e informações para identificar notas falsas. Outra dica da corporação é deixar uma pessoa especifica como responsável pelo caixa. Por fim, a PM também salienta que a pena deste crime, tipificado no Código Penal, artigo 289, pode variar entre três e 12 anos de reclusão.