O prefeito de Itabira, Ronaldo Lage Magalhães (PTB), esteve reunido na quarta-feira (31) com membros do Governo Federal para discutir o modelo de negócio costurado com a China e os caminhos para oficialização da parceria.
Também participaram do encontro o secretário de Governo, Ilton Magalhães, o assessor de Projetos e Captação de Recursos, José Wilson Campos, o consultor Kleber Guerra, os executivos chineses da Chalieco e Cinf Engineering, Jianguo Zhu e Changsheng Shi, com o secretário especial Abelardo Lupion e os assessores Wesley Cardia e Mario Dirani.
“Ontem me reuni na Casa Civil da Presidência da República, com representantes da Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SPPI). O encontro teve resultado bastante positivo, com a garantia de que o governo federal vai apoiar e acompanhar o assunto no Tesouro Nacional e no Senado. Fomos muito bem recebidos pelo Governo Federal. O encontro deu abertura para tocar esse acordo”, declarou Ronaldo Magalhães.
De acordo com o prefeito, a comitiva chinesa esteve reunida também com membros da Empresa Construtora Brasil (EBC), responsável pelo projeto de duplicação da BR-381. “Mostraram que tem potencial e querem investir no Brasil. Tem um futuro promissor essa parceria”, ressaltou o petebista.
Nesta sexta-feira (2) Ronaldo Magalhães estará com o governo de Minas em mais uma reunião para buscar soluções jurídicas, políticas e diplomáticas para efetivar os investimentos chineses em Itabira.
Itabira e China formalizaram na segunda-feira (29) a intenção de parceria que pode resultar em um financiamento milionário para o município. Representantes do governo municipal e da empresa chinesa interessada em fazer o aporte assinaram, em cerimônia no teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), o Memorando de Entendimento (MoU), documento necessário para os próximos passos do projeto.
“É um trabalho que será realizado em Itabira, mas que vai repercutir em toda a região. Pensamos em um futuro promissor, geração de emprego e renda, envolvimento entre as áreas educacional e de tecnologia. Itabira precisa disso para consolidar como polo. Nosso pensamento e projeto é a diversificação econômico. O projeto está bem encaminhado”, ponderou o prefeito.
Todos os entraves da futura parceria com a China giram em torno do ineditismo. O modelo de parceria costurada entre China e Itabira nunca foi adotado no Brasil. Por isso mesmo, desde o ano passado, depois que uma comitiva do município visitou o país asiático, têm sido frequentes viagens a Brasília por parte do procurador jurídico da Prefeitura, Leonardo Rosa. Contatos com deputados e membros do Governo Federal também são ações feitas à exaustão nos últimos meses.
“É um contexto que a gente deslumbra. Acredito muito nesse projeto. Os chineses estão muito empolgados. Pensamos em diversificação em vários sentidos, não podemos ficar presos em um projeto macro”, destacou o petebista.
Investimento
O valor total da parceria ainda não foi definido pelas partes. A Prefeitura de Itabira antes falava em algo em torno de US$ 200 milhões (cerca de R$ 760 milhões na cotação atual), mas estudos de impactos financeiros e capacidade de endividamento jogaram os valores para baixo. O financiamento, caso saia do papel, deverá girar em aproximadamente US$ 100 milhões (R$ 379 milhões). Uma consultoria externa fará um orçamento de todos os projetos descritos no MoU.
“Dentro de seis meses temos os valores. O governo chinês liberou até 200 milhões. Em breve teremos os números claros e bem definidos para fechar esse acordo”, frisou Ronaldo Magalhães. Ele ainda afirmou que tem responsabilidade para não “endividar” o município. “Temos que ter a responsabilidade de fazer a coisa certa com um orçamento bem elaborado”, concluiu.