Com o apoio do ex-presidente José Mujica (Pepe Mujica), Yamandú Orsi venceu neste domingo (24) o segundo turno das eleições presidenciais no Uruguai, vencendo o candidato de centro-direita Álvaro Delgado, retornando ao poder, perdido em 2020, para Luís Alberto Lacalle Pou.
O resultado oficial do pleito foi anunciado por volta de 22h20 e, à meia-noite, com 99,9% das urnas apuradas, Orsi tinha 49,84% dos votos e Delgado 45,87%.
Após a divulgação das projeções dos institutos, Delgado admitiu a derrota, saudando o presidente eleito, ao lado de parceiros da aliança que o apoiou.
“Hoje os uruguaios definiram quem exercerá a Presidência da República. E quero enviar aqui, com todos esses atores da coalizão, um grande abraço e saudações a Yamandú Orsi”.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parabenizou Orsi pela rede social X. “Essa é uma vitória de toda a América Latina e do Caribe. Brasil e Uruguai seguirão trabalhando juntos no Mercosul e outros fóruns pelo desenvolvimento justo e sustentável, pela paz e em prol da integração regional”.
Orsi (57) é professor de história e ex-prefeito do departamento de Canelones e vai suceder a Lacalle no dia primeiro de março, com uma aprovação perto de 50%, mas constitucionalmente impedido de uma reeleição imediata.
No primeiro turno, em 27 de outubro, Orsi teve 17,2 pontos percentuais a mais que seu opositor, contando com o apoio de todos os partidos da coalizão governista.
O pequeno Uruguai, mais ao sul do continente sul-americano, tem se destacado como a mais sólida democracia latino-americana, com renda per capita alta e níveis baixos de pobreza e desigualdade, se comparado a outros países da região, mas, o custo de vida é elevado e a criminalidade tem chamado a atenção dos eleitores neste país majoritariamente agrícola, com pouco mais de 3,4 milhões de habitantes e 12 milhões de cabeças de gado.
O entregador de gás, Gustava Maya (34), disse à AFP que “estes cinco anos não foram nada bons. Ando o dia todo na rua e o que mais me preocupa é a insegurança”. Maya apoiou Orsi.
O pedreiro William Leal (38), que apoiou Delgado, disse que queria a continuidade desse governo, porque houve muito mais trabalho no setor da construção”.
Nenhum dos dois blocos terá maioria no parlamento, já que nas eleições de outubro, a Frente Ampla conquistou 16 das 30 vagas no Senado, e a coalizão governista, 49 dos 99 assentos na Câmara dos Deputados.
Delgado, também ex-secretário de governo de Lacalle Pou, disse que “será uma boa oportunidade para buscar acordos. Todos concordamos com a necessidade de acordos.
Os analistas não creem em mudanças radicais, segundo promessas do próprio Orsi.
* Fonte: Carta Capital