Uma jovem de 21 anos foi presa em João Monlevade acusada de falsa comunicação de crime. No ano passado, ela afirmou ter sido vítima de estupro ao deixar o campus da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), no bairro Baú. As investigações da Polícia Civil, no entanto, apontaram que o ato não aconteceu.
A moça está detida no presídio feminino de Rio Piracicaba. A prisão aconteceu em 11 de maio, mas só foi divulgada nesta quarta-feira, 6 de junho, pelo Jornal A Notícia. O caso corria em absoluto sigilo após um vereador monlevadense, em abril, ter revelado na tribuna da Câmara que as investigações apontavam para a falsa comunicação. Naquela época, foi feita uma reunião entre as autoridades policiais e os parlamentares, e ficou definido que mais nenhuma informação seria repassada pela Polícia Civil.
Segundo o Jornal A Notícia, após a conclusão das investigações, o caso foi enviado para a justiça e denunciado pelo Ministério Público. O juiz criminal da comarca, Rodrigo Braga Ramos, expediu mandado de prisão preventiva sob acusação de “denúncia caluniosa” (falso crime).
Ainda de acordo com o jornal, os advogados da ré entraram com pedido de habeas corpus no dia 22 de maio, mas a liminar foi negada no dia 25 do mesmo mês. O mérito do habeas corpus ainda não foi julgado. Enquanto isso, a estudante segue presa.
Comoção
A denúncia do crime aconteceu em 29 de setembro do ano passado. A estudante afirmou que foi espancada, estuprada e roubada por um homem armado. O ato, segundo descreveu na época, teria acontecido em um ponto ermo próximo ao campus da Uemg. Ela ainda contou que o autor fugiu e não foi mais visto.
Na semana seguinte, estudantes da Uemg e moradores de Monlevade chegaram a fazer um protesto na cidade reivindicando mais segurança. A universidade divulgou nota lamentando o crime e também clamando por mais investimentos na proteção da população.
Em março deste ano, a Polícia Civil de João Monlevade divulgou um retrato falado a partir das características repassadas pela suposta vítima.