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Estudantes do Didi Andrade recebem medalhas e certificados da Olimpíada Brasileira de Astronomia

Olimpíada Brasileira de Astronomia

Foto: Guilherme Guerra - DeFato

Na manhã desta sexta-feira (11), a Escola Municipal Professora Didi Andrade promoveu uma cerimônia de premiação para 37 estudantes do 6º ao 9º ano, que se destacaram na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA), nas edições de 2021 e 2022. O evento reuniu professores, representantes da Secretaria Municipal de Educação, pais, alunos e ex-alunos da escola. 

Foram entregues 12 medalhas ao total: quatro da edição de 2021 e oito da Olimpíada de 2022. Também foram concedidos 25 certificados de menção honrosa. Devido às restrições da pandemia em 2021, não foi possível condecorar os estudantes premiados naquele ano. Por isso, os alunos e ex-alunos receberam as suas homenagens agora em 2022. 

A OBA é realizada em escolas públicas e privadas de todo o país. Em Itabira, a Escola Municipal Professora Didi Andrade é reconhecida por sua tradição e histórico de medalhas na Olimpíada. A professora de Ciências, Maria Kleire Rodrigues, comentou com a DeFato sobre o engajamento do corpo pedagógico e seus estudantes com a Olimpíada, que vai além da participação na prova. Maria Kleire também ressaltou sobre a importância de ensinar através de projetos, afirmando que essas iniciativas geram resultados únicos. Maria Kleire completou dizendo: 

‘‘As pessoas não têm ideia do que temos de cultura dentro da escola, da força e da resiliência do aluno. É só dar voz e dar poder para eles. A riqueza é grande.’’

Foto: Guilherme Guerra – DeFato

Ana Luiza Oliveira Damasceno, 15 anos, foi condecorada com a medalha de ouro na edição de 2021 da Olimpíada. Ex-aluna do Didi Andrade, Ana Luiza cursa o 1º ano do ensino médio na Escola Estadual Trajano Procópio de Alvarenga Silva Monteiro. Convidada a falar durante o evento de entrega das medalhas, a estudante emocionou os presentes falando sobre o poder de transformação que a educação teve em sua vida. Para a DeFato, Ana completou: 

‘‘É uma sensação muito gratificante voltar aqui e ver alunos e ex-alunos recebendo essas homenagens. Eu percebo que a juventude ao ser colocada em lugar de ação e realização, onde ela pode pesquisar, estudar, colocar seu empenho, faz a gente ter resultados. Ter professores como a Maria Kleire e outros educadores, gera a possibilidade de fazer com que esses alunos deem grandes resultados.’’ 

O processo de captação dos estudantes se dá através da manifestação de interesse por parte dos alunos e da indicação de outros professores da escola. Segundo Ana Luiza, eles se preparam através de provas antigas da OBA e vídeos da plataforma da Olimpíada, pois não existem muitos conteúdos relacionados à Astronomia no YouTube. Ao comentar sobre essa preparação, a estudante diz que a relação professor-aluno é um diferencial. Segundo ela, tanto a professora, quanto os estudantes estão juntos, aprendendo Astronomia. Sendo muitas vezes, segundo ela: ‘‘uma relação onde o aluno ensina e o professor aprende.’’

‘‘A OBA me ensinou muito. Também já participei de outros dois projetos de iniciação científica, podendo apresentar na Unifei. Para um aluno de escola pública, isso tudo é muito importante. Ao estar naquela posição, recebendo uma medalha ou apresentando um projeto na Universidade, ele percebe que pode estar ali. Pode ocupar esses espaços mesmo com todas as limitações e dificuldades que existem’’.

Foto: Guilherme Guerra – DeFato

Parceria entre Unifei Itabira e Didi Andrade

‘‘Buscar retornar à comunidade o conhecimento produzido na academia’’. Esse é o objetivo da tutoria em Astronomia do PET Física com a Escola Didi Andrade. O Programa de Educação Tutorial, Física e Popularização da Ciência é um programa da Unifei Itabira que envolve três pilares: pesquisa, ensino e extensão. O PET é desenvolvido por estudantes da Universidade, com orientação do professor de Física da Unifei Itabira, Evandro Augusto de Morais.

Segundo o professor, a parceria com a Escola Municipal Didi Andrade começou em 2014, onde são trabalhados conceitos básicos de Astronomia e tópicos do dia a dia. Evandro disse que a tutoria não tem como meta alcançar um número de medalhas e certificados, mas sim, fazer com que os estudantes se interessem pela área.

Ao falar sobre o ensino durante o período da pandemia, Evandro afirmou que o PET foi impactado pelas restrições de aulas presenciais e o uso de ferramentas online. Mesmo assim, o projeto seguiu de forma virtual, colhendo bons resultados e conseguindo medalhas em 2020. Em 2021, houve uma queda no aprendizado e consequentemente, no número de medalhas, devido à saturação com as ferramentas virtuais. Evandro comenta:

‘‘Com o retorno presencial, observamos uma defasagem de ensino e trabalhamos muito os conteúdos básicos de Astronomia e Matemática para construir e ir compartilhando o conhecimento com os alunos, chegando a esse resultado expressivo. Mas o importante não são os prêmios, e sim, estimular o interesse pela educação e mostrar que é possível fazer uma educação pública, gratuita e de qualidade’’.

Foto: Guilherme Guerra – DeFato

Durante a sua fala na cerimônia e em entrevista à DeFato, Felipe Miranda Santos, estudante do curso de Engenharia de Elétrica e membro do PET Física, ressaltou que participar desse projeto tem um fator especial. Morador do bairro Pedreira e ex-estudante de escola pública, Felipe disse que procura fazer por esses estudantes, através da tutoria, o que não fizeram por ele. 

‘‘A educação é revolucionária e transformadora. Eu não tive a oportunidade de ter uma tutoria sobre Astronomia e o que aprendi, foi por minha conta e fora da escola. Poder ajudar a comunidade com aquilo que eu venho aprendendo na universidade é muito gratificante. Também é importante mostrar a esses alunos a ter uma visão diferente do mundo, que eles também podem chegar na universidade e dar valor à Educação. Quero fazer por eles o que não fizeram por mim’’.

Foto: Guilherme Guerra – DeFato

 

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