Não há nada de simples sobre um ter caso extraconjugal: a dinâmica do relacionamento, as emoções, a logística, as situações potencialmente explosivas. Mas ser infiel não é apenas perigoso – é também caro. “Algumas pessoas adquirem um celular adicional para esconder o caso, alugam quartos de hotel para não serem visto e costumam fazer muitas viagens para escapar dos olhares conhecidos”, conta Lucas Coppi, coordenador do site masculino UniversoDeles.
Os custos crescem, se fazem notar e pesam mais no bolso dos homens infiéis do que no das mulheres. Segundo um estudo realizado pelo site Ashley Madison, dedicado ajudar pessoas comprometidas a encontrarem um affair extraconjugal, os homens gastam mais com suas amantes do que as mulheres, que dificilmente gastam algo com um affair.
Cerca de 70% das mulheres entrevistadas afirmaram gastar até R$250 por mês com seus amantes, enquanto cerca de um terço dos homens gasta mais de R$600 em suas aventuras. Além disso, 48% das mulheres pesquisadas disseram não sentir a necessidade de esconder suas despesas com infidelidade e as restantes não prestam atenção a elas. Por outro lado, 44% dos homens preferem usar um cartão de crédito diferente, enquanto 38% pagam em dinheiro para ocultar despesas.
O diretor de comunicação de Ashley Madison no mercado hispânico, Víctor Hermosillo, disse que para muitos a discrição é a chave para o sucesso de uma aventura: “Fazer coisas fora da vista do seu cônjuge, por assim dizer, pode ajudar a manter o seu problema ainda não descoberto.”
Mais da metade dos homens (56%) gastam a mesma quantia, se não mais, com suas esposas do que com suas amantes. As principais desculpas na hora de justificar os gastos extras são trabalho (54%) ou uma compra impulsiva (27%).
O dinheiro gasto com aventuras amorosas fora do casamento costuma ser usado principalmente em datas comemorativas e ocasiões especiais (em 69% dos casos), como jantares, cinema e hotéis. Os presentes também correspondem a uma boa parte dos gastos dos infiéis e, entre os favoritos, estão flores, jóias e lingerie.
Para as mulheres, o investimento está em transporte, cuidados pessoais e saúde. A maioria dos usuários (84%) disse que os gastos valem a pena ou que não se preocupam com as quantias investidas nas aventuras.
Ashley Madison e o vazamento de informações
Há pouco menos de três anos, o serviço de encontro para casos extraconjugais foi hackeado por um grupo que expôs os dados pessoais e informações de faturamento de mais de 30 milhões de clientes – incluindo usuários que gastaram 19 dólares com uma opção de apagar a conta definitivamente sem deixar rastros.
O caso incluiu um acordo de 11,2 milhões de dólares com as vítimas dos EUA e uma multa adicional de 1,6 milhão. Um programa de rádio na Austrália divulgou o nome marido infiel à sua esposa no ar e um pastor casado de Nova Orleans se suicidou depois que foi descoberto no site. A enorme violação de dados custou à controladora Avid Life Media, responsável pelo site, um quarto de sua receita na época.
Em abril de 2019, Ruben Buell assumiu o cargo de presidente da empresa e busca recuperar a confiança do público: “Queremos que as pessoas saibam que Ashley Madison está aqui e forte como sempre”, disse Buell em entrevista ao site americano Engadget. “Sim, houve um incidente em 2015 que foi extremamente infeliz e a empresa aprendeu com isso, cresceu e seguiu em frente.”