O tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), depõe nesta quinta-feira (18), às 14h30, na sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. Detido desde 3 de maio, em uma cela do Batalhão de Polícia do Exército, Mauro Cid será ouvido no inquérito que apura a inclusão de dados falsos no cartão de vacina da sua família, assim como de Bolsonaro e sua filha Laura, de 12 anos.
A PF investiga também os crimes de infração de medida sanitária preventiva, associação criminosa e corrupção de menores.
Em relatório entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), a PF afirma que Mauro Cid emitiu os certificados e os utilizou para embarcar para os Estados Unidos junto com a sua esposa Gabriela Santiago Ribeiro Cid e as três filhas do casal, onde já se encontrava Bolsonaro, esposa, Michele Bolsonaro, e a filha.
O ex-ajudante de ordens terá que responder porque um computador utilizado por ele acessou os dados de vacinação de Bolsonaro nos dias 22 e 27 de dezembro, logo depois de fraudar os cartões. No dia 30 de dezembro, o acesso se deu pelo seu celular pessoal.
Gabriela Santiago Cid será ouvida na PF na sexta-feira (19).
A Polícia Federal também investiga Cid sobre o recebimento de joias da Arábia Saudita e que deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio da União, além de ter que se explicar sobre os supostos planos de golpe de Estado.
A Justiça liberou os conteúdos do celular de Cid, onde aparece suposto planejamento e tentativa de cometimento de atos antidemocráticos. A perícia feita no smartphone constatou conversas dele com outros militares próximos a Bolsonaro.
Cid ainda terá que explicar aos agentes federais sobre a origem de US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie encontrados em sua casa durante uma operação da PF, além de uma remessa de dinheiro para fora do país. Os valores foram apreendidos.