Ex-presidente do Banco Central nos governos Lula (2003 a 2011) e Ministro da Fazenda no governo Michel Temer, Henrique Meirelles, durante evento promovido pelo BTG Pactual, deixou aos presentes um tom de desconfiança no programa econômico que o PT pretende implantar a partir de janeiro de 2023.
Meireles desejou “boa sorte” aos investidores e deixou claro seu pessimismo com o futuro governo. “O presidente eleito não se pronunciava sobre economia, mas agora começou a falar e a sinalizar uma direção à Dilma.”
Meireles chegou a ser cotado para assumir o cargo de ministro da Fazenda, mas criticou a fala do presidente eleito na manhã de quinta-feira (10), ocasião em que defendeu a ampliação dos gastos públicos para o pagamento dos programas sociais.
Em sua fala, Lula questionou “por que as pessoas são levadas a sofrer por conta de garantir a tal da estabilidade fiscal neste país? Por que a toda hora as pessoas falam em cortar gastos, é preciso fazer superávit, é preciso fazer teto?”
Como resultado do seu pronunciamento na sede do governo de transição, em Brasília, o dólar subiu 3% e a Bolsa de Valores ficou abaixo de 110 mil pontos, o que não ocorria desde setembro.
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), confirmou nesta quinta-feira a participação do ex-ministro Guido Mantega no grupo de transição do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Além de Mantega, também integram o grupo de transição, André Lara Resende, Pérsio Arida, Guilherme Melo e Nelson Barbosa. Esses nomes não estão confirmados como integrantes do próximo governo, o que caberá a Lula decidir.
Indagado sobre possíveis conflitos ideológicos desses economistas, Alckmin respondeu que “não são visões opostas, são complementares!” O senador petista, Wellington Dias, afirmou, também nesta quinta-feira, que pretende ampliar os gastos da União para 2023 em mais R$ 80 bilhões, já que o Orçamento do atual governo é de R$ 22,4 bilhões.