Em entrevista concedida ao site Brasil247, na terça-feira (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitiu sentir muita mágoa por sua prisão em Curitiba, em função da operação Lava Jato. Desabafando, Lula comentou que “de vez em quando, um procurador entrava lá, dia de sábado, ou de semana, para visitar. Entravam 3 ou 4 procuradores e perguntavam: ‘está tudo bem?’. Eu falava: ‘não está tudo bem. Só vai estar bem quando eu foder esse Moro’. Vocês cortam a palavra ‘foder’ aí…”, afirmou.
O senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) repudiou com veemência as declarações do chefe do Executivo nacional: “Repudio essa fala do presidente, que é uma fala de baixo calão, utilizando termos grosseiros de uma forma que nunca me reportei a ele. A gente vê aí algum desequilíbrio, porque o presidente já chamou agricultores de fascistas e disse que não confiava em militares”.
Segundo o senador, Lula tenta desviar a atenção porque o arcabouço fiscal — estratégia do Ministério da Fazenda para equilibrar receitas e despesas — ainda não foi apresentado.
Moro acrescentou que o presidente estava “se vingando da população brasileira” ao não apresentar resultados econômicos. “Disse que ia ter picanha, cerveja para todo mundo, e nós vemos, na verdade, um crescimento pífio”.
Lula esteve na prisão desde o dia 7 de abril de 2018, após determinação do então juiz Sérgio Moro pelo processo do Tríplex do Guarujá, na operação Lava Jato.
Enquanto detido, Lula foi também condenado pela acusação de ter recebido propina da OAS e Odebrecht através de reformas no sítio de Atibaia, no litoral paulista.
Lula foi solto após 580 dias na prisão, numa determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) que julgou o juiz Moro parcial em sua decisão.