O ex-presidente da República Jair Bolsonaro e seus filhos não perderam tempo neste final de semana e aproveitaram para provocar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal na condução das supostas tentativas de golpe de Estado.
As críticas da família Bolsonaro acontecem num momento em que o ex-presidente é citado como cúmplice na trama visando matar o presidente Lula, seu vice-presidente, Geraldo Alckmin e o próprio ministro Alexandre.
Na semana anterior, a Polícia Federal prendeu quatro militares do Exército e um policial federal supostamente envolvidos no golpe.
Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas pela PF pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição do Estado Democrático de direito e organização criminosa.
O relatório, já em poder do ministro, será enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que vai decidir se apresenta denúncia contra os acusados ou se arquiva o processo.
O clã tem fustigado Moraes na tentativa de desqualificá-lo como relator do inquérito sobre o assunto.
Em uma postagem neste domingo (24) em suas redes sociais, Bolsonaro divulgou uma notícia de agosto em que Moraes indicava “ajustes” e relatórios à Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Ele quer pegar o Eduardo Bolsonaro”, diz a postagem do ex-presidente, numa referência ao juiz auxiliar Marco Antônio Vargas, em uma conversa com Eduardo Tagliaferro, chefe do AEED, pedindo que relacionasse Eduardo Bolsonaro com o argentino Fernando Cerimedo, estrategista de Javier Milei e que teria criado fake news sobre as urnas eletrônicas.
Também o deputado Eduardo Bolsonaro, em rede social, divulgou a mesma notícia do pai. “Ele quer pegar o Eduardo Bolsonaro”, além de outras notícias de jornais confirmando Moraes como analista do relatório final da Polícia Federal.
O parlamentar classifica Moraes como sem autoridade para conduzir o inquérito. “Moraes é suspeito, tem interesse pessoal nesse processo e quer vingança. Logo, deve ser impedido de julgar qualquer coisa relativa à família Bolsonaro e pessoas de direita”.
Eduardo também estendeu suas críticas ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), por não abrir processo de impeachment contra o ministro.
” A perseguição é simplesmente escancarada, pois quem poderia fazer algo, Rodrigo Pacheco, garante a impunidade de Moraes”.
O vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho mais novo do ex-presidente, respostou em suas redes sociais a mensagem e as críticas do irmão Eduardo.
Flávio Bolsonaro, senador e filho mais velho de Bolsonaro divulgou e retuitou mensagens desqualificando o inquérito que apura a trama golpista.
* Fonte: Veja