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Familiares, amigos e autoridades dão o último adeus a Marconi Ferreira, filho ilustre de Itabira

Foto: Guilherme Guerra/DeFato

Cercado por coroas de flores e acompanhado por uma bandeira do Clube Atlético Mineiro, o corpo do poeta e escritor Marconi Serafim de Assis Ferreira foi velado na tarde desta segunda-feira (19), no foyer da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), em Itabira. Familiares, amigos e autoridades municipais estiveram presentes no velório – que reuniu centenas de pessoas -, antes de partir para o Cemitério do Cruzeiro, onde o corpo foi sepultado às 17h. 

Aos 72 anos, Marconi Ferreira sofreu um infarto do miocárdio, deixando esposa, quatro filhos, seis netos (Ester, in memorian) e muita saudade no coração de sua família: ‘‘Falar dele é muito fácil. Um poeta, um sambista, compositor e escritor maravilhoso. Uma pessoa que quem conheceu e teve a oportunidade de conviver sabe do carisma que ele sempre teve, da boa pessoa que ele sempre foi’’, comentou Matheus Ferreira, filho de Marconi.

‘‘Ele foi um ótimo pai, marido, genro, avô e um ótimo cidadão itabirano. Todo mundo que o conheceu vai sentir muita saudade. Ele era muito amigo, tinha um coração gigante. É com muita dor que nos despedimos, mas com a certeza de que vivemos momentos maravilhosos’’, diz Nayara Grisolia, filha de Marconi.

Marconi Ferreira publicou dois livros, foi compositor de sambas-enredos e ex-presidente da Escola de Samba Mocidade da Belinha; dirigiu e protagonizou peças teatrais; fez crônicas e poemas; e ajudava a conservar os fatos históricos de Itabira. Ex-funcionário da Vale, foi também líder comunitário e membro da Academia Itabirana de Letras. Ele foi uma das primeiras pessoas, por exemplo, a reivindicar a linguagem do Camaco como um patrimônio imaterial de Itabira.

Na literatura, coordenou por dez anos o projeto “Janela da Poesia”, onde imprimia poesias de itabiranos e as expunha na janela de seu casarão na rua Tiradentes, na região central da cidade. Também promovia saraus de poesias na residência que um dia foi de Tutu Caramujo, personagem eternizado por Carlos Drummond de Andrade. Tinha olhos também para a música, sendo incentivador de serestas e idealizador do Festival da Canção Itabirana.

Centenas de pessoas passaram pela FCCDA para despedir de Marconi Ferreira. Foto: Guilherme Guerra/DeFato

O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB) destacou a contribuição de Marconi à arte e memória itabirana ao longo de toda sua trajetória, em todas as frentes em que ele se faz parte.

‘‘O Marconi Ferreira foi, além de ser um artista, um poeta, um promotor cultural, e uma das grandes referências contemporâneas da nossa cultura da nossa cidade. Sempre defendeu a cidade, sobretudo no aspecto cultural. E é o que eu disse pra família: é um momento de despedida, um momento de luto, mas cabe a nós, no setor público e sociedade, reconhecer essas pessoas e trazer essas homenagens, para que essas pessoas que deixam seu legado possam continuar vivas na memória para as próximas gerações, e suas causas, no caso do Marconi, as suas causas culturais, que elas possam ser lembradas e seguidas’’, afirmou Marco Antônio.

Ao falar da partida de Marconi, Marcos Alcântara também lembrou e fez um paralelo com a morte do radialista itabirano, Élder Black, que também faleceu na manhã desta segunda-feira (19):

‘‘Itabira hoje perde dois grandes homens das palavras, dois grandes homens que sabiam brincar com as letras, que sabiam comunicar por meio das letras e que sabiam o mais importante e o mais belo do sentimento de qualquer um de nós Itabiranos, que é o sentimento de buscar o pertencimento para a nossa cidade, de realmente reconhecer toda a potencialidade que Itabira tem e o que ela representa e que ela pode representar para o mundo.’’

 

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