O superintendente da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), Marcos Alcântara, esteve nesta segunda-feira (21) na reunião de comissões temáticas da Câmara Municipal de Itabira para prestar contas sobre as ações realizadas pela instituição em 2023. Foram investidos mais de R$5,2 milhões nos quase 30 eventos organizados, ou que tiveram apoio da Fundação. Somadas, todas as festividades reuniram mais de 250 mil pessoas. No entanto, não foi apresentado por Alcântara e muito menos questionado pelos seis vereadores presentes, quanto desse valor foi empenhado em cada iniciativa, como o pré-Carnaval, Carnaval e Festival de Inverno.
Ao falar sobre os indicadores de investimentos no setor cultural, a apresentação de Alcântara só informava o total empenhado em ‘‘atividades-fim’’ e ‘‘atividades meio’’, onde já foram destinados exatos R$5.221.766,99. A parte da apresentação que discriminava o valor investido por ação realizada, se referia aos dados de execução do programa ‘Cultura Todo Dia’, que recebeu R$218.957,20 em 2023 para contratações de artistas através de editais.
Outros R$530,246,76 utilizados pela FCCDA também foram detalhados. Tal verba foi empenhada em:
- Tratamento, restauração e exposição das obras de Yara Tupinambá: R$66.943,27 (período: 2021 e 2022);
- Reforma da cobertura da Biblioteca Pública Luiz Camillo de Oliveira Neto: R$404.603,49 (período: 2022 e 2023);
- Recuperação, digitalização e catalogação do acervo audiovisual da TV Cultura de Itabira: R$58.700,00 (período: 2022 e 2023).
Ao abordar sobre os investimentos realizados, Marcos Alcântara afirmou que houve um crescimento e mudança na metodologia de trabalho da Fundação. Segundo ele, apenas 38% dos recursos investidos na antiga gestão eram voltados para ‘atividades fim’, que são aquelas focadas essencialmente no ramo de atuação. No caso da FCCDA, tais atividades seriam a contratação de artistas, realização de exposições, espetáculos, atividades educativas, entre outras. Os 62% restantes eram voltados para as ‘atividades meio’, como: custeio, contratação de pessoal, diárias e afins.
‘‘Tenho o orgulho de falar que saímos de 38% da ‘‘iniciativa-fim’’ e chegamos a 57%. É algo histórico em Itabira e por isso estamos vendo muitas atividades. E não estamos vendo isso porque a Fundação começou a ganhar mais recursos, mas é porque estamos mudando o modelo de gestão da FCCDA. Temos uma equipe técnica reduzida, mas, muito técnica e capacitada, que consegue gerar e redesenhar nossos produtos, além de conversar com as instituições’’ disse Marcos.
Um exemplo citado nessa ‘‘nova metodologia’’ foi a parceria junto à mineradora Vale, que através de seu Instituto Cultural deixou de investir cerca de R$300 por ano, para financiar quase R$5 milhões anuais em iniciativas,
Lei Paulo Gustavo
Em sua apresentação, o superintendente também mencionou sobre a Lei Paulo Gustavo, que repassará R$3,86 bilhões do superávit financeiro do Fundo Nacional de Cultura para estados, municípios e ao Distrito Federal, buscando fortalecer o fomento de atividades e produtos culturais. R$1.023.425,74 serão repassados em recursos para Itabira, sendo R$542.210,96 destinados ao setor audiovisual e o restante empenhado em demais atividades culturais.