Feira Livre de Itabira tem seu primeiro sábado sem venda de bebidas alcoólicas
Público no local já é o menor em anos, de acordo com comerciantes
A tradicional feira dos produtores rurais de Itabira teve, neste sábado, 28 de julho, a sua primeira realização após o decreto do prefeito Ronaldo Magalhães (PTB) que determinou o fim da venda de bebidas alcoólicas no evento.
O número de pessoas foi menor que o normalmente registrado, segundo os próprios vendedores. “Aqui não tem ¼ do que costumamos atender aos sábados. Eu nunca vi essa feira da forma que está hoje, com tanto espaço vazio. Aconteceu o que a gente temia: a população não vai nem mais se dar ao trabalho de aparecer por aqui”, lamentou Geraldo Magela, vendedor e presidente da Feira Livre.
Neste sábado fiscais do município, policiais militares e integrantes da Transita estiveram na feira, o que causou questionamentos. “Eles nunca apareceram por aqui. Para multar, para querer conferir se estamos cumprindo a determinação ou não eles vêm. Para garantir que o espaço se mantenha saudável para todo o público eles não aparecem. É um tanto quanto revoltante, criticou Geraldo.
O presidente da feira também contou que os reflexos dessa queda no público já começaram a ser sentidos. “Ontem eu precisei dispensar quatro dos meus funcionários. Fazendo as contas eu sabia que não teríamos a mesma arrecadação e seria impossível manter o mesmo quadro de funcionários. Infelizmente eu estava certo”, finalizou.
Frequentador assíduo da feira, Renato Ferreira criticou a proibição da venda de bebidas. “Isso é uma covardia! Não há problema algum em se tomar uma cerveja com os amigos, degustar um tira-gosto. A feira hoje está um fracasso e se continuar assim, vai ser o fim de um dos poucos divertimentos que temos na cidade”, disse.
Além da proibição da venda de bebidas alcoólicas, a decisão determina que a feira não ultrapasse o horário das 13h.
O decreto com as novas normas foi publicado no dia 18 de julho. Dias depois, a Prefeitura de Itabira afirmou que a justificativa para a proibição das vendas está relacionado à segurança dos frequentadores. O município também defendeu que a medida está balizada por uma pesquisa promovida junto a feirantes e compradores, que teria apontado o consumo de álcool no local como o principal problema.