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Final dos tempos? Duas cidades brasileiras correm riscos com o aumento do nível do mar

Foto: RioTur/Flickr

Alerta emitido pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta semana, coloca duas cidades brasileiras com risco iminente de inundação com o crescente aumento dos níveis do mar, são elas: a cidade do Rio de Janeiro e o distrito de Atafona, em São João da Barra, Região Norte do estado Fluminense, com previsões alarmantes para as próximas décadas.

O distrito de Atafona é uma aldeia e porto de pescadores, que nas últimas décadas tornou-se balneário para veranistas.

É também um ponto de encontro do Rio Paraíba do Sul com o Oceano Atlântico e, desde os anos 60, as águas do mar vêm invadindo trechos da praia mais próximos da foz do rio, engolindo casas e ruas.

Reportagem do Estadão, revela que, entre 1990 e 2020, as duas cidades registraram um aumento de cerca de 13 cms no nível do mar, com projeções que pode alcançar entre 12 e 21 cms até 2050.

Os dados fazem parte de um estudo mais amplo incluindo cidades do G20, confirmando a severidade do aquecimento global.

António Guterres, secretário-geral da ONU, disse, em recente coletiva de imprensa que os líderes mundiais devem intensificar seus esforços no combate às condições climáticas crescentes e alertou que a inércia diante da realidade pode levar a um futuro de destruição a milhões de pessoas ao redor do mundo, em especial às que moram em áreas costeiras.

O relatório da ONU dá destaque, também, ao derretimento das geleiras como um fator preponderante para o aumento do nível do mar, e aponta que, entre 2006 e 2018, o derretimento do gelo foi responsável por 45% dessa elevação, e os últimos sete anos foram os piores na causa da perda de gelo.

A Groenlândia, se mantido o ritmo atual do aquecimento global, pode ter resultados catastróficos com o derretimento de grande parte da Antártida ocidental, podendo aumentar em até 77 cms o nível do mar até o final do século, caso as temperaturas aumentem 4,4 graus, o pior cenário.

O impacto do aumento do nível do mar tem afetado todo o mundo, com algumas regiões mais expostas à gravidade, em especial as pequenas Ilhas do Pacífico, cujas projeções do aumento das águas chegue a até 30% da média global. Nesses locais, 905 das pessoas moram a cerca de 5 quilômetros da costa, ampliando os riscos a elas.

Também constam da lista as cidades de Atlantic City, Nova York e Shangai, onde o mar pode subir entre 24 e 41 cms até 2050.

Diante do quadro, a ONU tem reforçado a necessidade de cortes profundos na emissão de gases do efeito estufa para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius, o que exigiria uma redução na emissão de gases em 43% até 2030 e 60% até 2035, em comparação com os níveis de 2019.

A ação humana é, sem dúvida, a maior causadora do aumento do nível dos oceanos, com a queima de combustíveis fósseis e a emissão de gases de efeito estufa, que impactam diretamente os oceanos. Os mares absorvem 90% do excesso do calor gerado desde 1970.

* Fonte: O Antagonista/Crusoé

 

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