Com uma metodologia diferente da adotada pelo Banco Central, o Fundo Monetário Internacional (FMI) está estimando um aumento da dívida do Brasil até 2029. Segundo a instituição, o débito em 2023 fechou em 84,7% do Produto Interno Bruto (PIB) — em 2024, esse valor deverá chegar a 86,7% e, em 2029, ao teto de 93,9%.
O cálculo realizado pelo FMI difere da metodologia utilizada pelo Banco Central. Enquanto a instituição brasileira excluí da conta os títulos do Tesouro, a organização internacional leva em consideração esses papeis.
Ainda conforma as estimativas do FMI, o endividamento bruto brasileiro em 2024 é a quarta maior de um grupo de 36 países emergentes, liderada por Egito, com 96,4% do PIB, Ucrânia, com 94% do PIB, e China, com 88,6% do PIB. As projeções fazem parte do Monitor Fiscal, relatório divulgado na quarta-feira (17).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participou de evento no G20, em Washington (EUA), destinado a combater a pobreza e a fome, disse que nenhum país, isoladamente, resolveu seus problemas. Haddad disse que “o mundo está à beira de uma nova crise de dívida.”
“Os gastos adotados na pandemia de Covid-19 no mundo resultaram em um cenário de inflação alta a níveis elevados da dívida. A tempestade parecia ter ficado para trás e ainda estamos diante de desafios econômicos importantes e muitos países vão comprometer parte significativa do orçamento com o serviço da dívida”, afirmou Haddad.
O ministro da Fazenda disse, ainda, que “queremos ter um mapa mais claro da situação da dívida do mundo e queremos dar mais espaço para que os países devedores expressem suas preocupações”. A afirmação se refere ao grupo de trabalho sobre arquitetura financeira global. Em junho haverá um debate sobre a dívida liderado por países africanos.
O estoque de endividamento do Brasil cresceu R$ 1 trilhão no governo Luiz Inácio Lula da Silva, ocupando 75,6% do PIB.