Nesta quarta-feira (31), o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, anunciou os novos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica: general Paulo Sérgio Nogueira; almirante de esquadra Almir Garnier Santos; e tenente-brigadeiro Baptista Júnior.
No Exército, o escolhido foi o general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira. Ele substitui o general Edson Pujol, demitido com os comandantes da Aeronáutica e da Marinha, que rejeitaram tentativas do presidente de politizar as Forças Armadas.
Ao escolher o general Paulo Sérgio no Exército, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) repete a ex-presidente Dilma Rousseff ao quebrar a tradição de escolher o oficial mais antigo para comandar a tropa. O nomeado era o terceiro pelo critério de antiguidade.
Na Marinha, o almirante Almir Garnier assume o comando. Neste caso, o presidente também ignorou a tradição e optou pelo segundo da lista de antiguidade.
Na Aeronáutica, assumirá o brigadeiro Carlos Almeida Baptista Junior, que demonstra nas redes sociais ser afinado ao Governo Federal, compartilhando mensagens ligadas a grupos de direita. Ele era o primeiro no critério de antiguidade.
Entenda
Na terça-feira (30), os então comandantes das Forças Armadas — general Edson Leal Pujol, brigadeiro Moretti Bermudes almirante Ilques Barbosa — se reuniram com Braga Netto. Na ocasião, os três colocaram os seus cargos à disposição do presidente Jair Bolsonaro.
O encontro dos oficiais com Braga Netto foi marcado após o presidente Bolsonaro demitir Azevedo e Silva do Ministério da Defesa, na segunda-feira (29). O agora ex-ministro resistiu a um alinhamento político das Forças Armadas com o Governo Federal.
Com o gesto, os três comandantes procuraram deixar claro que não dariam um passo que possa contrariar a Constituição ou caracterizar ingerência nos outros Poderes — Judiciário e Legislativo.