Quatrocentos funcionários da mina de bauxita da Hydro, em Paragominas, no Pará, entram em férias coletivas de 15 dias a partir desta segunda-feira, 2 de abril. A medida foi tomada em virtude do corte de 50% da produção da refinaria Alunorte, da Hydro, que recebe a bauxita de Paragominas e a transforma em alumina calcinada.
Por causa da redução da produção na Alunorte, os funcionários da refinaria também terão férias coletivas, mas de dez dias. A estimativa é que até 600 empregados da Alunorte sejam afetados pela medida.
Mas, diferentemente de Paragominas, na Alunorte os funcionários serão divididos em grupos para que saiam em férias coletivas. O primeiro grupo, de 40 empregados, saiu de férias no sábado, 31 de março.
Segundo a Hydro, a medida foi tomada para evitar corte de pessoal, uma vez que a refinaria foi obrigada pelas autoridades a cortar sua produção pela metade.
O corte de 50% da produção da Alunorte foi determinado pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará depois que, durante fortes chuvas, entre os dias 16 e 17 de fevereiro, a cidade Barcarena foi invadida por águas de coloração avermelhada.
Vazamento de depósitos de bauxita causa multa
O governo do Pará e o Ministério Público Federal começaram a investigar se houve algum vazamento dos depósitos de bauxita da refinaria e multaram a empresa.
Apesar de justificar que a coloração avermelhada da água era resultado da cor do solo da região e negar que tivesse havido vazamento do depósito de bauxita, a Hydro reconheceu que a Alunorte drenou as águas da chuva através do Canal Velho e que essa água estava contaminada por soda cáustica diluída na área de processamento.
Além disso, segundo a Hydro, depois das chuvas, foi constatado que havia rachaduras no duto que levava os efluentes do depósito de resíduos de bauxita para a estação de tratamento de água da refinaria. Mas, segundo informações preliminares da empresa, esses resíduos foram contidos numa bacia apropriada, dentro da própria empresa.
(Agência Brasil)