Após causar destruição e mortes em Cuba e na Flórida, o furacão Ian chegou à Carolina do Sul, no sudeste dos Estados Unidos, na sexta-feira (30), com ventos fortes, chuvas torrenciais e inundações. Segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC), os ventos chegaram a 136 quilômetros por hora, muito mais fracos do que quando cruzou a costa do Golfo da Flórida na quarta-feira como uma das tempestades mais fortes que já atingiram os EUA.
Enquanto se movia pela Carolina do Sul, Ian caiu de um furacão para um ciclone pós-tropical. O governador do Estado, Henry McMaster, declarou estado de emergência.
A Carolina do Norte e a Virgínia também sofrem danos causados pela tempestade. São previstas fortes chuvas nos três Estados, aumentando o medo de inundações. Algumas áreas próximas ao olho do Ian podem ter até 304 milímetros de chuva, disse o NHC.
Os danos ainda não são completamente conhecidos, mas são menores que os causados pelo furacão na Flórida. “Esta tempestade não é tão ruim quanto poderia ter sido, mas não abaixe a guarda ainda”, disse o governador McMaster.
Partes do Estado ainda estão com estradas inundadas, ventos fortes e árvores caídas. As chuvas e ventos começaram antes do furacão tocar a terra, mas enfraqueceram à medida que o furacão se move para o interior entre esta sexta-feira e sábado, 1º. Em Georgetown, perto de onde o furacão Ian tocou a terra, as inundações cobriram trechos do principal bairro comercial da cidade, mas os moradores disseram estar aliviados pelo furacão não ter atingido mais.
Em Charleston, também na Carolina do Sul, a tempestade derrubou árvores e inundou estradas, mas os edifícios não sofreram danos em sua maioria. Relatos do jornal New York Times indicam que os habitantes não saíram da cidade, como aconteceu em alguns pontos da Flórida.
Na Carolina do Norte, fortes faixas de chuva e ventos atingiram o estado na sexta-feira à tarde. O governador Roy Cooper alertou os moradores para ficarem atentos, dado que até 203 milímetros de chuva poderiam cair em algumas áreas, com ventos fortes.
“O furacão Ian está à nossa porta. Espere chuva severa e ventos fortes sustentados sobre a maior parte do nosso estado”, disse Cooper. “Nossa mensagem hoje é simples: seja inteligente e esteja seguro”.
Flórida
Na Flórida, o saldo de perdas humanas do furacão Ian ainda é preliminar. As autoridades informaram 21 mortes, 20 das quais “não foram confirmadas” se foram diretamente causadas pelo furacão.
Um amplo rastro de destruição foi deixado pelo furacão na Flórida, com inundações em ambas as costas do Estado, casas com telhados arrancados, sedes de empresas à beira-mar demolidas e mais de duas milhões de pessoas sem energia.
“Na Flórida, estamos apenas começando a ver a extensão da destruição”, declarou o presidente Joe Biden em um discurso. “É provável que esteja entre os piores na história da nação”.
O governador, Ron DeSantis, declarou na sexta-feira que equipes de resgate tinham ido em mais de 3 mil casas nas áreas mais atingidas para retirar moradores presos.
Entre as mortes confirmadas, estão a de uma mulher de 80 anos e de um homem de 94 anos que dependiam de máquinas de oxigênio que paravam de funcionar em meio a quedas de energia. Outra morte foi a de um homem de 67 anos que esperava para ser resgatado quando caiu na água que havia invadido a sua casa e se afogou.
Cuba
Pequenos protestos eclodiram na quinta-feira, 29, em várias comunidades de Cuba. Cidadãos foram às ruas para exigir que o governo restaure a eletricidade em regiões ainda sob apagão e forneça ajustes nas áreas devastadas pelo furacão Ian, que atingiu o país na terça-feira como um furacão de categoria 3.
As manifestações eclodiram na capital, Havana, na cidade de Surgidero de Batabanó, e na cidade de Cárdenas. As forças de segurança do estado foram mobilizadas para contê-las.
Os ventos chegaram a 201 quilômetros por hora quando o Ian atingiu Cuba, causando chuva forte e grandes inundações. Pelo menos duas mortes estão ligadas à tempestade e os maiores danos foram à rede elétrica, à rede de telecomunicações e ao setor agrícola, segundo a mídia estatal. À medida que a tempestade se afastava da ilha e o governo iniciava os esforços de socorro, os apagões continuaram a ser um problema para os 11 milhões de habitantes do país, alguns dos quais estão sem eletricidade há vários dias.