Site icon DeFato Online

Geração Z: quem são eles?

Geração Z: quem são eles?

Foto: Reprodução

Em 2015, participei de uma equipe de pesquisadores do Centro Universitário Funcesi, em Itabira, Minas Gerais, para estudar as peculiaridades da Geração Z. Naquele momento, o tema ainda era pouco explorado cientificamente, mas os resultados trouxeram insights inovadores sobre a conduta deste grupo social, contribuindo para atualizações acadêmicas e oferecendo subsídios à gestão empresarial.

Os dados obtidos revelaram que esses profissionais novatos se orientam por políticas públicas voltadas à juventude e buscam modelos de gerenciamento que atendam às suas expectativas no mercado. Passados dez anos, é possível identificar o que permanece como característica marcante e o que evoluiu, delineando um novo perfil para essa faixa etária da população.

Traços da Geração Z em Itabira

A amostragem científica indicou que, em Itabira, o comportamento dos analisados era condizente com os padrões descritos na literatura. Nascidos a partir dos anos 1990, esses indivíduos cresceram imersos no ambiente digital, recebendo uma enxurrada de informações em tempo real, muitas vezes sem um direcionamento claro sobre como utilizá-las.

O estudo também apontou que esse pessoal tem grande afinidade com a tecnologia, valoriza a qualidade de vida e não se opõe ao contato social. Em 2015, esses itabiranos se mostravam receptivos às mudanças do cotidiano e se definiam como “autoconfiantes, independentes e leais a si mesmos e às suas relações”. No entanto, eram frequentemente associados à alta rotatividade no emprego.

Outro ponto relevante identificado foi o distanciamento da prática da política, embora demonstrassem forte envolvimento com a religiosidade. Esse aspecto parece estar ligado à tradição cultural das cidades interioranas de Minas Gerais, onde valores familiares exercem grande influência.

O levantamento também sinalizou uma tendência que se confirmou ao longo dos tempos: as pessoas daquela época seriam profissionais multitarefas, altamente conectados à tecnologia e, cada vez mais, adaptáveis às demandas inéditas.

Uma nova identidade para a Geração Z?

Uma década depois, a Geração Z ocupa posições que refletem suas expectativas quanto à integração entre vida profissional e particular, além da busca por maior flexibilidade no trabalho. O formato remoto, amplamente adotado após a pandemia de Covid-19, tornou-se um dos aspectos mais valorizados por esse grupo.

Entretanto, o isolamento promovido pelo home office trouxe desafios, como preocupações com o sedentarismo e a produtividade. Em resposta, especialistas e empresários têm discutido a necessidade do retorno ao serviço presencial, uma tendência observada em grandes corporações como Tesla, Amazon e Dell, que recentemente anunciaram mudanças nesse sentido.

Outro ponto relevante é a imersão tecnológica da Geração Z, impulsionada pelo crescimento das redes sociais e pelo advento da Inteligência Artificial (IA). Embora sejam reconhecidos por sua capacidade de realizar múltiplas tarefas, esses profissionais frequentemente demonstram menor maturidade corporativa e menos interesse em assumir grandes responsabilidades.

Nesse contexto, a professora PhD Andrea Ribeiro, especialista na Geração Z, destacou em uma palestra realizada em Alphaville – Barueri, no dia 8 de fevereiro:

“Os membros da Geração Z precisam colocar o próprio tempero no exercício da profissão. Por outro lado, seus gestores devem adotar métodos que favoreçam a melhor convivência no ambiente de trabalho”.

Ademais, essa juventude prioriza saúde mental e bem-estar, além de ser adepta às políticas de diversidade e inclusão, reforça Ribeiro.

Portanto, compreender essa geração exige constante atualização, tornando essencial o acompanhamento das metodologias desenvolvidas pela pesquisadora, que tem sido uma referência no estudo desse público.

Diante desse cenário, as organizações e seus líderes precisam estar preparados para lidar com as especificidades desse novo modelo humano. O gerenciamento das expectativas da Geração Z exige uma liderança capaz de integrar sua energia e criatividade a soluções inovadoras no espaço corporativo.

P.S.1.: link do artigo publicado em 2015: Vista do Geração Z: peculiaridades geracionais na cidade de Itabira-MG

P.S.2.: link do perfil de LinkedIn da pesquisadora Andrea Ribeiro: https://www.linkedin.com/in/andrea-ribeiro-gomes?utm_source=share&utm_campaign=share_via&utm_content=profile&utm_medium=ios_app

Thiago Jacques é professor universitário, mestre em Administração, MBA em Marketing e Mídias Digitais e treinador na Escola Troka.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

Exit mobile version