A exemplo da tragédia ocorrida em novembro de 2015, quando houve o rompimento da barragem do Fundão, da mineradora Samarco, moradores da região de barragens em Itabira, como Bela Vista e Nova Vista, demonstram preocupação quanto a possíveis acidentes. Essa apreensão ficou ainda mais latente quando tornou-se público a busca da Vale por um novo alteamento da estrutura de Itabiruçu, que pode chegar a 850 metros. O procedimento foi tema de conversa entre vereadores e o gerente-geral da mineradora, Rodrigo Chaves, na última quarta-feira, 25 de abril, na Câmara.
A maior tragédia ambiental do Brasil deixou um mar de lama que se espalhou por 650 quilômetros entre Minas Gerais e Espírito Santo, 19 mortos, a localidade de Bento Rodrigues (em Mariana) submersa, as de Paracatu de Baixo (também em Mariana) e Gesteira (em Barra Longa) destruídas. Entretanto, em Itabira, o gerente-geral Rodrigo Chaves, tranquilizou os participantes do encontro, que questionaram sobre a possibilidade de rompimento da barragem com o aumento da cota e se haveria um plano de contingência em caso de emergência. A preocupação, segundo ele, não teria razão de ser, já que, o alteamento não é semelhante ao que foi construído em Mariana.
O executivo afirmou que a manutenção de uma barragem pode ser comparada à edificação de uma casa quando há um adendo, que só acontece quando há projetos e estudos. “As nossas barragens já são projetadas, desde o princípio, com o nível máximo que ela vai ter”, afirmou o gerente da Vale.
Rodrigo tomou sua própria casa como exemplo e falou que seus dois filhos e sua esposa estão “debaixo” da barragem em Conceição, se referindo à localização de sua residência. “Sabe qual é a minha preocupação a respeito disso? Nenhuma”, exclamou. O gerente-geral atribuiu a segurança à equipe técnica capacitada para executar os projetos e aos procedimentos necessários para garantir a estabilidade da barragem.
Plano de contingência
Apesar de atestar a segurança da barragem, o executivo da Vale informou que um plano de contingência está em implantação em Itabira. Haverá planos de emergência para cada área que, porventura, venha a ser impactada. Nele deve constar: o modo de atender às pessoas, como elas devem sair e de que maneira. A Defesa Civil é a responsável pela elaboração desse plano.
Tecnicamente
O engenheiro geotécnico da Vale, Quintiliano Guerra, explicou que o aumento da barragem do Itabiruçu será atrelada ao método jusante, onde será feita uma tratativa da região abaixo da barragem, depois, um aterro controlado de trás para a frente, compondo um maciço da barragem mais robusto para suportar maior volume de rejeito despejado. “Mas, independente do método, eu reforço que todos os métodos, seja montante, seja de nível central, de jusante, a engenharia tem condição de colocar esses métodos na barragem de forma segura”, encerrou o especialista.