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Gestão Marco Antônio troca, em média, mais de um secretário por mês

Marco Antônio

Foto: Divulgação/Prefeitura de Itabira

Trinta e três. Esta é a quantidade de trocas realizadas no secretariado da Prefeitura de Itabira desde o início da gestão Marco Antônio Lage (PSB), em janeiro de 2021. Em média, o número representa mais de uma mudança a cada mês até aqui (1,22). As constantes mexidas foram criticadas pelos vereadores Neidson Freitas (MDB) e Rose Félix (MDB) na reunião ordinária da Câmara Municipal de Itabira, nesta terça-feira (14).

Até então, apenas quatro setores da Prefeitura seguem sob a mesma liderança: as secretarias municipais de Meio Ambiente (Denes Lott), Esporte, Lazer e Juventude (Natália Lacerda), Planejamento e Gestão (Patrícia Guerra) e a Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (Marcos Alcântara). As trocas mais recentes ocorreram na semana passada: Elaine Mendes assumiu a Secretaria de Obras no lugar de Danilo Alvarenga, agora substituto de Bernardo Rosa, de volta à Câmara, na Secretaria de Governo. Esta última, aliás, foi alvo de um discurso contundente de Neidson Freitas na tarde de hoje.

O emedebista citou que um dos efeitos deste cenário é a falta de resolução de problemas como o mencionado por Rodrigo Diguerê (PTB) momentos antes, em relação a uma cratera presente na rua Nova Era, centro de Itabira.

“A Secretaria de Governo, absurdamente, chegou agora no seu quinto secretário, é a quinta substituição em uma secretaria tão importante como essa. Isso mostra um desgoverno, isso mostra que o prefeito, no seu terceiro ano de mandato, não conseguiu sequer montar uma equipe para fazer a cidade funcionar. Isso que estamos ouvindo aqui, vereador colocou que tem um buraco numa rua, várias coisas precisando ser resolvidas e não consegue, é porque não tem gestão na cidade”, criticou.

Neidson Freitas utilizou, como exemplo, um problema trazido por seu colega de bancada, Rodrigo Diguerê. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Sem citar nomes, Neidson ainda falou sobre membros da Prefeitura que podem ser comparados a um “clínico geral”, já que assumem diferentes funções na gestão.

“Aqui em Itabira agora tem umas pessoas que são igual clínico geral, ‘pode nomear que eu sirvo para qualquer coisa dentro desta Prefeitura, conheço tudo’. E o resultado está aí na rua. Obra da Unifei a passos de tartaruga, captação de água não virou nem assunto mais na nossa cidade. Não existe um projeto de construção de casa popular em Itabira, asfaltamento de morro na região rural atrasado. A Expoita foi o pior evento que já aconteceu na história, o secretário veio aqui e não conseguiu explicar até agora as denúncias que foram feitas”, protestou.

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Quem teceu críticas parecidas às de Neidson foi a vereadora Rose Félix. Segundo a parlamentar, os contratos de estágio da Prefeitura estão durando mais do que aqueles firmados com os secretários. Para ela, é hora do prefeito Marco Antônio Lage manter, até o fim, quem já está nas pastas.

“Fico muito preocupada porque é o dinheiro público que está sendo gasto com secretário como se estivesse gastando com estagiário. Acredito que os contratos de estágios das secretarias tem durado mais tempo do que os contratos dos secretários. Então está na hora do governo Marco Antônio repensar e deixar quem ficou, agora não tem mais tempo para ficar mudando. Que pelo menos ele fique agora, se a pessoa não deu conta vamos ensinar, porque a cada vez que muda é um novo processo de adaptação. E realmente os contratos de estágio de secretários estão custando caro ao povo, porque somos nós que pagamos por isso”.

Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Em momento mais firme do discurso, Rose chegou a afirmar que tal prática configura corrupção. “E se o povo não sabe, isso também é uma forma de corrupção. Porque troca-se um secretário de um lugar, coloca ele no outro, sabendo que ele não deu conta, para cumprir os compromissos políticos. Então não vamos ficar pensando que o governo é incompetente mas é honesto não, porque esses favores politicos também são proibidos por lei. O povo tem que começar a enxergar isso com um olhar mais crítico, porque tem uma forma ilícita e irresponsável de tirar nosso dinheiro de caixa e destinar aos patrocinadores e apoiadores de campanha”.

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