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Golpe de Maioline leva itabirano ao suicídio

Duas pessoas morreram, uma delas de Itabira, e várias outras tentaram o suicídio, segundo reportagem do portal Hoje em Dia desta quarta-feira. Este é o saldo trágico dos golpes aplicados por Thales Emanuelle Maioline, 34 anos, sem profissão definida, que lesou milhares de pessoas em mais de R$ 80 milhões. Após aplicarem seus bens na empresa Firv – Consultoria e Administração de Recursos Financeiros, descobriram que haviam sido enganadas pelo estelionatário.
 
A informação sobre as duas mortes foi fornecida por um informante da Polícia Civil e confirmada pelo delegado Anselmo Rezende Gusmão, do Departamento de Investigações de Crimes contra o Patrimônio. Ele preside o inquérito que já acumula mais de 11 mil páginas, distribuídas em 32 volumes. O delegado afirmou que as duas pessoas que se mataram não suportaram o fato de se verem, literalmente, falidas, após investirem tudo o que tinham, veículos, imóveis e recursos financeiros, na empresa do estelionatário.
 
Gusmão alertou, nessa terça-feira (14), que os prejuízos provocados pelos golpes aplicados por Maioline estão muito acima dos R$ 80 milhões informados pela imprensa e que o total de vítimas deve crescer, durante as investigações. Sua previsão anterior sobre a pena para Maioline, pelos crimes de estelionato, uso de documento falso, formação de quadrilha, falsificação de documento público e falsidade ideológica, também deverá ser superada. Se ele for a julgamento pela Justiça, poderá ser condenado a mais de 12 anos de prisão.
 
O delegado confirmou ainda a notícia de que outras pessoas, parentes, ex-funcionários da Firv Consultoria e amigos poderão ser presas, a partir dessa quarta-feira (15), por suposto envolvimento nos golpes, algumas por participarem dos lucros e outras porque figuraram como “laranjas”.
 
Maioline está recolhido no Ceresp no Bairro São Cristóvão, na Zona Noroeste da capital, cumprindo prisão temporária de cinco dias, que vence na quinta-feira (16) mas poderá ser prorrogada. Ele é acusado de liderar sua empresa para aplicar golpes em pessoas que faziam investimentos na Firv Consultoria, prometendo juros de 5% ao mês, muito acima da média do mercado, além de bônus. Atraídas por lucros irreais, a maioria dos investidores vendia veículos, fazendas, sítios, casas onde moravam e encerrava outros investimentos para aplicar na Firv .
 
“Muitas pessoas perderam tudo. Tomei depoimentos de vítimas que choravam no cartório porque não tinham como reaver seus bens”, conta o delegado Gusmão. “Imagine que um fazendeiro de Sertãozinho, no Estado de São Paulo, ia investir cerca de 20 milhões na empresa do estelionatário, mas desistiu na última hora e escapou do golpe. Ele arruinou muita gente”.
 
Fuga caiu como bomba em Itabira
A notícia de que Thales Maioline havia aplicado golpe em milhares de pessoas que investiram na Firv Consultoria caiu como uma bomba na cidade de Itabira. Além da morte, a informação é de que dezenas de pessoas precisaram buscar assistência médica. Elas entraram em depressão profunda ao descobrir que tudo que possuiam em bens, anteriormente, havia caído nas mãos do estelionatário.
 
 “As pessoas descobriram que haviam sido enganadas quando viram as notícias indicando que o Maioline havia fugido e era procurado pela polícia”, disse a advogada Eliete das Graças Silveira, que representa dezenas de vítimas e já conseguiu o bloqueio judicial de muitos bens do estelionatário.
 
“Existem casos dramáticos, de pessoas que ficaram tão deprimidas que resolveram se mudar da cidade, com suas famílias”, lembra a advogada. “O golpe mexeu com a integridade das pessoas. E, pelo grande número de vítimas, posso dizer que foi um abalo muito grande em toda a cidade Itabira”.
 
Thales Maioline começou a aplicar os golpes há cerca de três anos, quando, através da Firv Consultoria, recebia investimentos pagando altos rendimentos. Mas, na realidade, tudo se sustentava na utilização do sistema conhecido como “Pirâmide”, pagando aos investidores com os novos recursos que entravam de mais investidores, até ficar sem meios para continuar pagando o que prometia.
 
Hoje em Dia
 
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