Governo anuncia acordo com caminhoneiros, mas greve prossegue em mais de 60 pontos em Minas Gerais

Na manhã desta sexta-feira, 25 de maio, dez rodovias federais diferentes apresentam focos de manifestação em Minas Gerais

Governo anuncia acordo com caminhoneiros, mas greve prossegue em mais de 60 pontos em Minas Gerais
Greve dos caminhoneiros continua em Minas Gerais e todo Brasil – Foto: Divulgação

O governo federal anunciou na noite dessa quinta-feira, 24 de maio, que havia chegado a um acordo com lideranças de classe dos caminhoneiros para o encerramento da paralisação em todo país. Um documento com os pontos costurados entre as duas partes foi assinado por oito das 11 entidades presentes à reunião, mas, mesmo assim, a greve permanece. Em Minas Gerais, as manifestações seguem em 64 pontos de rodovias federais, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A última atualização da PRF aconteceu por volta das 8h desta sexta-feira, 25 de maio. São dez rodovias federais diferentes com focos de manifestação: 040, 050, 381, 116, 153, 251, 262, 356, 365 e 459. A maior parte se concentra na BR-381, onde há aglomeração de caminhoneiros em 22 pontos, distribuídos em 15 municípios. 

Veja os pontos de paralisação:

Acordo?

Pelo o que havia sido anunciado ontem à noite pelo governo, a paralisação ficaria suspensa por 15 dias. Em troca, a Petrobras manteria a redução de 10% no valor do diesel nas refinarias por 30 dias, enquanto o governo costura formas de reduzir os preços. O governo também prometeu uma previsibilidade mensal nos preços do diesel até o fim do ano e também a zerar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) para o diesel até o fim do ano. Outra promessa foi negociar com os estados o fim da cobrança de pedágio para caminhões que trafegam vazios, com eixo suspenso.

“Chegou a hora de olhar para as pessoas que estão sem alimentos ou medicamentos. O Brasil é um país rodoviário. A família brasileira depende do transporte rodoviário. Celebramos esse acordo, correspondendo a essas solicitações, dizendo humildemente aos caminhoneiros: precisamos de vocês”, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, ao fim de uma longa reunião durante toda essa quinta-feira.

Acontece que uma das entidades que não assinaram o acordo, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), representa 700 mil trabalhadores. O presidente da associação, José Fonseca Lopes, deixou a reunião com o governo federal no meio da tarde de ontem já afirmando que tudo continuaria parado. “Todo mundo acatou a posição que pediram, mas eu não. […] vim resolver o problema do PIS, da Cofins e da Cide, que está embutido no preço do combustível”, afirmou Lopes. 

Mais tarde, já em uma rodovia federal, o dirigente da Abcam gravou um vídeo que viralizou pelas redes sociais incentivando os caminhoneiros a prosseguirem com o movimento. “O governo pediu um voto de confiança. Vocês vão dar um voto de confiança?”, questionou o líder do movimento, enquanto caminhoneiros respondiam: “Não!”.