O porta-voz do governo dos EUA, Matthew Miller, disse nesta terça-feira (20), que o seu país discorda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comparar a ação de Israel na Faixa de Gaza com o extermínio de judeus realizado por Adolf Hitler, na Alemanha nazista, durante a 2ª Guerra Mundial. Matthew também acrescentou que não há genocídio na região.
A declaração foi feita durante uma coletiva com a imprensa no Departamento de Estado dos EUA. Um jornalista chegou a indagar ao porta-voz se a fala de Lula sobre a operação militar na Faixa de Gaza e o holocausto seria discutida pelo petista e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que está no Brasil desde a terça-feira para um encontro com o presidente brasileiro e também vai participar da Cúpula do G20.
“Obviamente que discordamos desses comentários. Fomos bastante claros que não acreditamos que um genocídio ocorreu em Gaza. Queremos ver o conflito encerrado quando for possível. Queremos ver aumento de ajuda humanitária para civis em Gaza, mas não concordamos com esses comentários”, respondeu Miller.
Nesta quarta-feira (21), Lula recebe Antony Blinken para discussões bilaterais e globais, especialmente os conflitos de Gaza e a guerra na Ucrânia, segundo informações da Casa Branca.
Entenda a linha do tempo:
- 18 de fevereiro: Lula compara ataques de Israel às ações de Hitler contra os judeus;
- 18 de fevereiro: Benjamin Netanyahu critica lula e classifica sua fala como vergonhosa;
- 19 de fevereiro: ministro de Relações Exteriores de Israel declara Lula “persona non grata” e constrange publicamente o embaixador do Brasil em Israel, Fred Meyer, ao levá-lo para o Museu do Holocausto em Jerusalém;
- 19 de fevereiro: Brasil chama embaixador Fred Meyer de volta ao país;
- 19 de fevereiro: ministro das Relações Exteriores diz em reunião com embaixador de Israel que Meyer fou humilhado;
- 19 de fevereiro: no Planalto, avaliação é de que Lula não pedirá desculpas;
- 20 de fevereiro: ministro da Relações Exteriores de Israel vota a pedir retratação de lula e diz que fala do presidente é ‘um cuspe no rosto dos judeus brasileiros”.