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Governo Federal: após oito meses de alta, produção industrial sobe 41,8%

Governo Federal: após oito meses de alta, produção industrial sobe 41,8%

A maior influência no resultado de dezembro foi do setor de veículos. Foto: José Fernando Ogura /AEN-Paraná

No início de fevereiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que, em dezembro de 2020, a produção industrial cresceu 0,9% ante novembro — alcançando, assim, a maior sequência consecutivo de meses positivos desde 2009. De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), em oito meses, a produção acumulou alta de 41,8%, superando a queda de 27,1% acumulada em março e abril, os piores meses para o setor desde o início da pandemia de Covid-19.

Essa recuperação na produção industrial teve início em maio de 2020 e supera em 3,4% o nível de fevereiro daquele mesmo ano — antes dos impactos da pandemia sobre a economia brasileira. Dessa forma, configura o maior nível desde dezembro de 2017. Por outro lado, o nível de atividade ainda está 13,2% abaixo abaixo do recorde da série histórica do IBGE, que foi registrada em maio de 2011.

Rita Mundim, colunista do grupo DeFato, comentou sobre o assunto em suas participações na Rádio Itatiaia. “A produção industrial teve crescimento de 0,9%. Dessa forma, o Brasil, em plena pandemia, termina 2020 com a indústria em um nível 3,4% superior a fevereiro, antes da pandemia. A indústria quase consegue zerar todo o negativo acumulado nos piores meses desde da crise sanitária”, destacou.

É importante lembrar que, apesar desse bom resultado, o setor industrial pode se recuperar ainda mais, já que os dois últimos anos foram de queda: em 2020, a produção caiu 4,5%, após o recuo de 1,1%, em 2019.

“A atividade industrial fecha o ano com uma queda de 4,5%, mas um crescimento de 8,2% em relação a dezembro de 2019. Isso é um feito! Em plena pandemia, hoje, a indústria se encontra a apenas 13% do seu nível recorde. Eu estou falando isso porque, com a possibilidade de ‘destravamento’ da pauta no Congresso, dias melhor virão e o mercado brasileiro precificou essa possibilidade com bolsa em alta, dólar em queda e juros futuro também em queda”, avalia Rita Mundim.

Produção sobe em 17 em dos 26 ramos

No comparativo entre dezembro e novembro de 2020, conforme dados da PIM-PF, 17 dos 26 setores pesquisados pelo IBGE registraram alta na produção.

Esse crescimento foi puxado por: metalurgia (19,0%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%) e das indústrias extrativas (3,7%).

A indústria automotiva, que chegou ao oitavo mês seguido de alta, tem ditado o ritmo da recuperação industrial após os piores meses da pandemia. Tanto que a metalurgia vem se beneficiando desse crescimento, já que a produção de automóveis e caminhões aumenta a demanda por produtos metalúrgicos — o que explica a alta do setor metalúrgico no último mês de 2020.

Em relação ao avanço de 3,7% nas indústrias extrativas, o minério de ferro foi o principal responsável enquanto o petróleo teve um desempenho ruim, especialmente por causa de paradas para manutenções programadas.

Recuperação Global

Se observarmos esse processo de recuperação como um todo, 16 dos 26 ramos pesquisados pela PIM-PF superaram o nível de produção de fevereiro do ano passado, o último mês antes da Covid-19 se abater sobre a economia.

O melhor desempenho de recuperação ficou com a indústria têxtil, cujo nível de produção ficou 26% acima do nível de fevereiro de 2020. A indústria automotiva está 9,1% acima de fevereiro. A indústria em geral superou em 3,4% o nível de produção anterior à pandemia.

Na contramão, o destaque entre as nove atividades que tiveram queda na comparação com novembro foi a fabricação de produtos alimentícios, com queda de 4,4%. Foi o terceiro mês seguido de queda. No período, a produção de alimentos acumulou 11%, conforme o IBGE. Com isso, o nível de produção da indústria alimentícia está 5,8% abaixo do nível de fevereiro de 2020.

Comparação anual

A alta de 8,2% registrada pela indústria em dezembro de 2020 ante dezembro de 2019 foi decorrente de ganhos na produção em 19 das 26 atividades pesquisadas, segundo o IBGE.

Dezembro de 2020 teve um dia útil a mais do que dezembro de 2019. De acordo com o IBGE, o efeito-calendário, a fraca baixa de comparação de dezembro de 2019 (quando houve queda de 1,3% na produção ante dezembro de 2018) e o próprio movimento de recuperação após as perdas provocadas pela pandemia de Covid-19 ajudam a explicar o bom desempenho.

O índice de difusão da indústria — que mostra o porcentual de produtos com crescimento na produção em relação ao mesmo mês do ano anterior — ficou em 68,9% dos 805 produtos pesquisados em dezembro de 2020.

Entre as atividades, as principais influências no total da indústria foram registradas nos veículos automotores, reboques e carrocerias (22,6%), máquinas e equipamentos (37,4%) e metalurgia (28,9%).

*Com informações analista econômica Rita Mundim e Conteúdo Estadão.

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