Na semana passada, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) cobrou que a Câmara trabalhasse até aos fins de semana para votar a reforma administrativa o quanto antes. Por outro lado, na reunião ordinária desta terça-feira (12), um substitutivo ao projeto, enviado pela própria Prefeitura, foi lido em plenário, forçando o reinício do seu trâmite. Segundo o presidente da Câmara, Heraldo Noronha Rodrigues (PTB), isso acontece porque a gestão Marco Antônio precisou praticamente refazer a proposta devido a uma série de erros em seu texto original.
“O prefeito contratou a empresa (IBGP) para fazer essa reforma administrativa, o estatuto do servidor e o plano de cargos e salários. Só que parece que essa empresa fez tudo mal feito. E a Alessandra, como é uma pessoa muito eficiente que está no governo, é servidora de carreira, refez todos os projetos, tanto o estatuto do servidor quanto o plano de cargos e salários. E agora ela também deu uma lida no projeto (reforma), e pelo que ouvimos falar, ele estava cheio de erros. Então ele (Marco Antônio) nos apertou com esse projeto, mas na análise dela o projeto estava todo errado, então ela ficou debruçada no projeto para enviar a versão mais correta para a Casa. Então de nada adiantou o valor que ele pagou à empresa contratada, porque foi a Alessandra quem realmente refez o projeto”, explica Heraldo.
A reportagem da DeFato buscou confirmar a informação junto à Prefeitura ainda nesta terça-feira, mas sem resposta.
Desconfiança
Heraldo Noronha também deu mais detalhes sobre o atual texto da reforma administrativa, que ganhou 40 novas páginas. O presidente da Câmara demonstrou desconfiança com a promessa do Governo Municipal de não ampliar o número de cargos comissionados.
“O projeto tinha 530 folhas, aumentou para 570. Está criando várias secretarias, não sei direito quantas. Está criando também uma superintendência LGBTQIA+, junto com os idosos, com as crianças. E falou que iria diminuir cargos, mas se vai criar secretarias, com certeza irá aumentar cargos. Então a gente está olhando o que pode ser feito, algumas emendas, para poder melhorar a reforma administrativa”.
Sobre votar a reforma administrativa neste ano, o presidente da Câmara enfatiza que esta é sua intenção. Porém, isso dependerá de alguns fatores, como a análise do projeto na reunião de comissões da próxima segunda-feira (18).
“Se a gente for votar neste ano ainda, faremos extraordinária. A gente vai ver como será liberado pela reunião de comissões, e analisaremos a necessidade de fazer extraordinária ou não. Minha intenção é liberar todos os projetos que estão aqui ainda neste ano, não sei se vai dar tempo de liberar a reforma administrativa neste ano”.