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Heraldo nega discussão sobre aumento de salários, mas enxerga lado bom na medida

salários

Foto: Thamires Lopes/DeFato

A decisão dos vereadores de São Gonçalo do Rio Abaixo de reajustar os próprios salários em 58,44% vem sendo bastante comentada nos bastidores da Câmara de Itabira. Nesta terça-feira (17), em entrevista à imprensa, o presidente do Legislativo itabirano, Heraldo Noronha Rodrigues (PTB), negou qualquer influência ou discussão sobre o assunto na terra de Drummond. No entanto, o petebista afirmou a medida elevaria o nível dos candidatos a vereadores na próxima eleição, em outubro do ano que vem.

“Por enquanto a gente não está pensando nisso, mas vai chegar uma época que vamos colocar isso em discussão. Quando você aumenta o salário, a concorrência é maior. Então, mais pessoas têm vontade de ser vereador. Aí, talvez, na disputa aparece pessoas mais qualificadas do que os vereadores que estão aqui. Não quer dizer que os vereadores não são qualificados. Mas, quanto mais aumentar o salário, melhor fica a disputa. É igual um concurso público. Porém, os vereadores têm que ir atrás dos votos”, declarou Heraldo Noronha.

Em maio, os vereadores de Itabira aprovaram o reajuste de 5,57% nos próprios salários. Entretanto, segundo o presidente da Câmara, o aumento foi insuficiente diante o arrocho financeiro e cortes feitos ao longo do ano, como o fim da verba de gabinete e de aluguéis de carros, cortes em pessoal, dentre outros. Atualmente, o salário bruto dos vereadores de Itabira é de R$ 8.270,45.

“Tem 16 anos que estamos sem aumento e foi cortada a verba de gabinete, o que dificulta muito o trabalho dos vereadores. Hoje, temos que tirar dos próprios salários para ir nas áreas rurais, usando carro próprio e pagando gasolina do próprio bolso para atender os eleitores. Tivemos um reajuste de 5%, mas tínhamos ajuda nos custos com gasolina, tínhamos carros alugados, mas foi cortado tudo isso. O que acaba dificultando”, justificou Heraldo Noronha.

Ainda segundo ele, por mês, um vereador chega a gastar até R$ 1.200 com combustível. No ano passado, um relatório do Observatório Social do Brasil-Itabira (OSBI) mostrou que de janeiro a agosto a Câmara de Itabira gastou R$ 149,9 mil em combustível, uma média de 4.223 litros por mês. Outro “ganho” com o aumento dos salários, de acordo com o petebista, seria um o crescimento de projetos sociais encabeçados por pessoas de olho em uma vaga na Câmara. “Quem ganha com isso é a população, pode ter certeza”, finalizou.

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