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Heraldo sustenta pressão e consegue acordo de repasse para entidades; projeto de R$1 milhão ao Valério deverá ser votado hoje

Foto: Guilherme Guerra/Defato

Parecia que de nada adiantaria a manifestação convocada pela diretoria do Valério na noite de anteontem (22), tampouco a presença de torcedores, ex-dirigentes e membros da diretoria do time itabirano no plenário da Câmara Municipal de Itabira. De forma irredutível, Heraldo Noronha (Republicanos) não incluiu – por mais uma vez -, na reunião ordinária de ontem (23), a votação do projeto de lei 25/2024, que pretende repassar R$1 milhão ao Valeriodoce Esporte Clube. No entanto, após muita discussão e manifestação no Plenário – que recebeu até a presença da Polícia Militar -, o presidente da Câmara Municipal conseguiu “costurar” um acordo com os vereadores da base aliada ao governo Marco Antônio Lage (PSB), para que outras sete entidades itabiranas também recebam recursos financeiros. 

A proposta é que a Câmara devolva mais de R$2 milhões em duodécimos à Prefeitura, e o município repasse o dinheiro para as instituições. Já o patrocínio de R$1 milhão ao Valério, continuaria a ser repassado de forma integral pelo município. Com o acordo “firmado”, o projeto de lei 25/2024, deverá ser votado (e aprovado em unanimidade) nesta quarta-feira (24), em reuniões extraordinárias convocadas pela Câmara. 

A primeira reunião – de leitura dos projetos – acontece às 14h. Às 15h, uma comissão analisará os projetos e após um intervalo, às 16h, eles serão votados em primeiro turno. A tendência é que às 16h30, seja feita a votação em segundo turno – e última reunião do dia. 

Irredutível

Desde o início da reunião ordinária, vereadores da base aliada ao prefeito Marco Antônio Lage (PSB) solicitaram a Heraldo que o projeto de lei fosse incluído na pauta da reunião ordinária. O pedido foi endossado por outros parlamentares de oposição, como Weverton Vetão (Republicanos) e Rodrigo Diguerê (MDB), mas não antes deles tecerem críticas à “falta de articulação” do governo municipal na condução do projeto e no relacionamento com a Câmara. Se dirigindo diretamente ao líder de governo na Câmara – o vereador Carlos Henrique (PDT) -, Diguerê afirmou : “Quando o senhor, que é líder de governo, vai tocar na palavra, o senhor já vai oferecendo o ataque. Desse jeito não vai andar, meu amigo. Se não tiver habilidade para conversar, não vai andar”. Carlos Henrique optou por não retrucar. 

Foto: Guilherme Guerra/Defato

“Tudo isso aqui está acontecendo porque [a Câmara] devolveu dinheiro pro futebol amador (Lifa), para a Apae, para os marujeiros e ele [Marco Antônio] simplesmente não quis executar”, criticou Diguerê, se referindo aos duodécimos devolvidos à Prefeitura em 2023 e que não foram entregues às instituições. 

Vetão e Diguerê também pediram que o presidente do Legislativo interrompesse a reunião para que o líder de governo interviesse pela presença de algum representante da Prefeitura ligado ao projeto na Câmara – o que não aconteceu. A reunião não foi paralisada e seguiu até o final com muito barulho no Plenário e conversas ao pé do ouvido entre vereadores e o presidente do Valério, João Mário de Brito. João Mário, claramente insatisfeito e abatido por mais uma vez estar no meio do “fogo cruzado” entre Executivo e Legislativo, também chegou a se dirigir para fora da Câmara e durante quase 10 minutos promoveu ligações, conversou com o líder de governo e atendeu a torcedores. Ao retornar ao plenário, o presidente ouviu novamente de outros vereadores, como Sidney Marques (MDB), Juber Madeira (PRD), Roberto Carlos Araújo “Robertinho da Auto Escola” (MDB), pedidos para que Heraldo interrompesse a reunião e pautasse o projeto do VEC.

Foto: Guilherme Guerra/Defato

Sem demonstrar qualquer tipo de interesse em atender aos pedidos, Heraldo avisou que daria três minutos de “palavra aberta” aos vereadores antes de encerrar a reunião. Foi o tempo restante para Marcelino Guedes (PSDB) pedir a sensibilidade e reflexão de Heraldo, citando os possíveis impactos econômicos ao Valério e o “desperdício de dinheiro” público que aconteceria caso o clube tivesse de abandonar a competição. “É muito importante que o senhor reflita. Essa decisão que tomar agora, o senhor pode carregar nas costas para o resto da vida, o rebaixamento do Valério”. 

Aos 45 do segundo tempo, o jogo virou

Sidney Marques já havia sugerido que o governo firmasse uma espécie de “termo de compromisso” para que, além do Valério, outras entidades recebessem repasses financeiros. Mas foi quando Carlos Henrique propôs uma iniciativa similar, que Heraldo definiu como o acordo seria feito. 

“Se ele [Marco Antônio] mandar todos os projetos, na segunda-feira (29), eu envio para ele desta Casa R$2 milhões, adiantando o duodécimo”, disse Heraldo, elencando Rodrigo Diguerê como responsável por conduzir as negociações – já que o presidente seguiu em viagem para Brasília, onde junto de outros vereadores, cumprirá agenda. 

Com o compromisso firmado, sete entidades também serão contempladas com os investimentos municipais, não apenas o Valeriodoce. No total, as verbas totalizam R$2,4 milhões e devem ser destinadas da seguinte forma:

Heraldo, antes vaiado e alvo de protestos até em frente à sua casa, foi aplaudido pela torcida valeriana, que hoje deverá marcar presença mais uma vez na Câmara, na expectativa que o repasse ao VEC seja aprovado.

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