A noite deste domingo (25) reservou um momento histórico para o esporte brasileiro. Rayssa Leal, a “Fadinha”, faturou uma medalha de prata pelo skate, na categoria street. Com apenas 13 anos, ela se tornou a atleta mais jovem do Brasil a subir no pódio em uma edição de Olímpiadas. Se sentindo à vontade desde a primeira vez em que pisou na rampa, por volta das 23h, a maranhense superou grandes nomes do esporte, inclusive a compatriota Letícia Bufoni, uma grande referência da jovem.
Também com 13 anos, a japonesa Momiji Nishiya foi quem levou a medalha de ouro. Ela teve uma pontuação final de 15,26, contra 14,64 de Rayssa. Outra asiática completou o pódio: com 14,49, Funa Nakayama faturou a medalha de bronze.
A disputa se estendeu até a madrugada e mobilizou vários brasileiros. Nas redes sociais, especialmente no twitter, o duelo entre a brasileira e suas concorrentes foi o assunto mais comentado durante algumas horas. A vibração com a tranquilidade de Rayssa para executar as manobras e uma aparente má vontade da arbitragem com a Fadinha davam o tom dos comentários dos brasileiros.
HISTÓRICO! Nunca vi isso no esporte. Uma menina de 13 anos que deixou duas compatriotas com o dobro de idade pra trás, parando o país as 01:30 da manhã de uma segunda-feira.
Vocês tem noção da dimensão do que acabou de fazer Rayssa Leal?
PRATA! ?
— Edu (@goldorayo) July 26, 2021
Sobre o resultado em si, a skatista destacou que a conquista é importante não só para ela, mas também para as outras duas brasileiras que entraram no circuito.
“Eu estou muito feliz, porque pude representar todas as meninas, a Pamela e a Leticia, que não se classificaram, todas as meninas do skate e do Brasil. Poder realizar meu sonho de estar aqui e ganhar uma medalha é muito gratificante. Meu sonho e sonho dos meus pais”, celebrou.
A maranhense também ressaltou que seu desempenho é uma amostra de que o skate não é um esporte reservado apenas aos homens. Para ela, a medalha de prata pode se tornar uma inspiração a outras meninas.
“É muito louco saber que no início só minha mãe e meu pai me apoiavam, saiu com a força, a cara e a coragem para poder estar aqui, poder correr meu primeiro campeonato olímpico, e de estar com a medalha na mão. E falar que o skate é, sim, para todo mundo, como qualquer outro esporte, como handebol, futebol, muita gente fala que handebol é só pra menina. Mas a gente tá podendo provar que, felizmente, não é só para meninos (o skate)”, acrescenta.
Rayssa Leal garantiu sua vaga em Tóquio durante o Mundial de Street, disputado em Roma, na Itália, em junho. Ela foi a única brasileira a subir no pódio da competição, garantindo a medalha de bronze.
Em entrevista ao Tarde Nacional – Amazônia, antes de embarcar para a capital japonesa, a esportista explicou que seu sucesso precoce fez com que o skate fosse encarado de outra forma em sua terra local, Imperatriz.
“Aqui na cidade muita gente olhava o skate de uma forma negativa. Após o mundial e a vaga olímpica eles começaram a olhar de uma forma positiva, o que é muito bom”, disse à época.
Esta foi a segunda medalha de prata conquistada pelo Brasil no skate. Na madrugada do mesmo domingo, o paulista Kelvin Hoefler somou 36,15 pontos e ficou atrás, apenas, do japonês Yuto Horigomi, que somou 37,18.