Homem de 21 anos é autor de incêndio na UPA do Fênix
O investigado relatou que ao passar perto de um lote vago resolveu queimar uma linha de pipa que estava em sua mão, o que deu início ao incêndio
O autor do incêndio que destruiu o prédio construído para abrigar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Fênix, em Itabira, no último domingo (23), foi identificado. De acordo com um comunicado emitido pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), por meio da Delegacia Regional de Itabira, o crime foi cometido por homem de 21 anos — toda a ação foi registrada por câmeras de segurança.
As imagens mostram o autor caminhando próximo a UPA, acompanhado de um adolescente. Ele, então, se abaixou e ateou fogo na beirada de um terreno vago, deixando o local em seguida. Em poucos minutos o fogo se alastrou pela alta vegetação do terreno, alcançando o prédio público, que está a aproximadamente trinta metros do foco inicial do incêndio.
Em depoimento à Polícia Civil, o investigado relatou que ao passar perto de um lote vago, se abaixou e colocou fogo em uma linha de pipa com um isqueiro — o que teria dado início ao incêndio.
As investigações seguem em andamento e a Polícia Civil aguarda a conclusão do laudo pericial, além de oitivas com algumas testemunhas. Após a conclusão do inquérito policial, será determinado a responsabilidade do acusado do incêndio.
Relembre o caso
Na tarde do último domingo (23), o prédio construído para abrigar uma UPA, na avenida Deputado Jorge Ferraz, no bairro Fênix, foi totalmente destruída por um incêndio. O fogo começou em um lote vago nos fundos do imóvel, que está abandonado desde 2015.
O Corpo de Bombeiros teve que solicitar o apoio da brigada de emergência da Mineradora Vale. A Prefeitura de Itabira, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), também prestou auxílio aos bombeiros disponibilizando caminhões-pipas.
A grande quantidade de fumaça pôde ser vista de vários bairros da cidade e deixou os moradores assustados.
Prédio cercado de escândalos
A UPA Fênix, que ganhou o nome de UPA José Cesário Martins Carneiro, foi anunciada pelo ex-prefeito Damon de Sena em 2013. À época, a obra foi orçada em R$ 4,1 milhões, sendo que R$ 3,1 milhões seriam provenientes de convênio com a União e, o restante, de contrapartida do município. Ganhou a licitação a carioca Novo Horizonte Jacarepaguá — a mesma empresa às voltas com o incêndio do Ninho do Urubu, na Zona Oeste do Rio, ocorrido em fevereiro de 2019.
Num primeiro momento, o governo de Ronaldo Magalhães (PTB), que sucedeu o de Damon de Sena, alegou falta de dinheiro para equipar e pôr a UPA 24 horas em funcionamento. Mas, o caso se agravou: foram constatadas irregularidades na construção do prédio.
A estrutura foi feita com sistema construtivo modular e não atendeu às especificações e exigências de vigilância sanitária para funcionamento como UPA. Os principais erros estruturais encontrados foram ambientes sem garantia de acessibilidade; áreas sem ventilação natural; e espaços sem ralos e com piso inadequado (com rugosidade), não permitindo limpeza e desinfecção adequada.
O Conselho Municipal de Saúde, inclusive, decidiu cancelar a implantação do serviço.