IBGE: taxa de desemprego fica em 14,6% no trimestre até maio
No trimestre até abril, a taxa de desocupação estava em 14,7%. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
A taxa de desocupação no Brasil ficou em 14,6% no trimestre encerrado em maio, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados na manhã desta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No trimestre até abril, a taxa de desocupação estava em 14,7%.
A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.547,00 no trimestre encerrado em maio. O resultado representa queda de 3,2% em relação a igual período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 215,5 bilhões no trimestre até maio, recuo de 2,5% ante igual período do ano anterior.
O país tinha 14,795 milhões de desempregados no trimestre encerrado em maio. A taxa de desemprego passou de 14,4% no trimestre encerrado em fevereiro para 14,6% no trimestre terminado em maio.
O total de desocupados cresceu 2,6% em relação a fevereiro, 372 mil pessoas a mais em busca de uma vaga. Em relação a maio de 2020, o número de desempregados aumentou 16,4%, 2,085 milhões de pessoas a mais procurando trabalho.
A população inativa somou 75,803 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio, 628 mil a menos que no trimestre móvel imediatamente anterior. Em relação ao mesmo período de 2020, a população inativa aumentou em 840 milhão de pessoas, alta de 1,1%.
Faltava trabalho para 32,9 milhões de brasileiros
No trimestre terminado em maio de 2021, faltou trabalho para 32,946 milhões de pessoas no país, segundo os dados da Pnad Contínua.
A taxa composta de subutilização da força de trabalho subiu de 29,2% no trimestre até fevereiro para 29,3% no trimestre até maio. O indicador inclui a taxa de desocupação, a taxa de subocupação por insuficiência de horas e a taxa da força de trabalho potencial, pessoas que não estão em busca de emprego, mas que estariam disponíveis para trabalhar. No trimestre até maio de 2020, a taxa de subutilização da força de trabalho estava em 27,5%.
A população subutilizada subiu 0,9% ante o trimestre até fevereiro, 305 mil pessoas a mais. Em relação ao trimestre até maio de 2020, houve um avanço de 8,5%, mais 2,575 milhões de pessoas.
Dentro do contingente para o qual faltava trabalho, havia 5,710 milhões de pessoas em situação de desalento no trimestre encerrado em maio. O resultado significa 242 mil desalentados a menos em relação ao trimestre encerrado em fevereiro, um recuo de 4,1%. Em um ano, 299 mil pessoas a mais caíram em situação de desalento, alta de 5,5%.
A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Os desalentados fazem parte da força de trabalho potencial.
“IBGE ainda está na idade da pedra lascada”, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, durante evento no Rio, que o IBGE vive na “idade da pedra lascada”, ao comentar os resultados do mercado de trabalho divulgados pela manhã pela Pnad Contínua.
Guedes comparou o resultado da pesquisa do IBGE, que é feita por amostras de domicílios, com os dados do Caged, divulgados pelo governo e que têm metodologia diferente, abarcando o mercado de trabalho formal com base em informações passadas pelas empresas. O Caged mostrou a geração de 309.114 vagas de emprego com carteira assinada em junho deste ano.
“No ano, já criamos 1,5 milhão de novos empregos. Desde que covid-19 no atingiu e destruiu quase 1 milhão de empregos em abril do ano passado, já criamos 2,5 milhão de novos empregos. Pnad do IBGE está metodologicamente atrasada, pesquisa feita pelo telefone. É muito superior a metodologia do Caged, que vem diretamente das empresas”, disse Guedes.
O ministro acrescentou que será preciso acelerar os procedimentos do IBGE. “Ele ainda está na idade da pedra lascada, baseado em métodos que não são os mais eficientes. Temos as informações diretas da empresa”, disse Guedes, acrescentando que vai, de toda forma, reduzir a taxa de desemprego no Brasil nos próximos meses.
“Estamos criando praticamente 1 milhão de empregos a cada 3 meses e meio. Então, as pesquisa do IBGE estão um pouco atrasadas, daqui a pouco vão ter que convergir para o que está acontecendo. “Os indicadores do Caged nos indicam que estamos criando emprego rapidamente. Vamos derrubar essa taxa de desemprego muito rapidamente”, finalizou Guedes.