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Impactos da Stock Car em Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais relata prejuízos

A realização da Stock Car em Belo Horizonte foi alvo de intensas mobilizações. Foto: Alexandre Netto/ALMG

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) destacou prejuízos significativos relacionados à Stock Car. O evento aconteceu entre 15 e 18 de agosto no entorno do Mineirão. A Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) visitou a universidade na última segunda-feira (19) para avaliar os impactos da corrida no campus Pampulha.

Sandra Regina Goulart afirmou que a universidade ainda avaliará os efeitos da corrida, que a universidade já sente desde a montagem da pista há seis meses. Segundo Goulart, a universidade teve que investir cerca de R$ 1 milhão em medidas para mitigar as consequências da Stock Car, sem receber um plano de mitigação dos organizadores. “O impacto foi enorme, imensurável. O desrespeito foi chocante”, disse à ALMG.

Danos a animais

Durante a corrida, o Hospital Universitário da UFMG teve que reduzir seus atendimentos e foi fechado na noite de 14 de agosto. Segundo a UFMG, 26 animais foram transferidos para outras instituições, mas alguns, como cabras em gestação, permaneceram e foram afetados pelo barulho. Um cão faleceu durante a visita da comissão, e a tutora alegou que a dificuldade de acesso pode ter contribuído para o óbito.

Outros setores da universidade também enfrentaram problemas. O Biotério Central e laboratórios sofreram com o estresse dos animais, resultando na morte de peixes e possível inutilização de ratos usados em pesquisas. A universidade fechou o Centro Esportivo Universitário (CEU) e o Centro de Treinamento Esportivo (CTE), e suspendeu os atendimentos gratuitos na clínica odontológica.

Além disso, o laboratório de controle de qualidade do leite também teve suas atividades prejudicadas. Isso aconteceu devido à necessidade de recalibração constante de equipamentos sensíveis às vibrações e ruídos da Stock Car.

Avaliações

As deputadas Beatriz Cerqueira e Bella Gonçalves representaram a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, criticaram a falta de diálogo com a UFMG e apontaram a necessidade de ressarcimento pelos danos que causaram.

Os resultados preliminares do monitoramento acústico realizado pela universidade indicaram níveis de ruído superiores aos limites permitidos, com picos de até 120 decibéis em algumas áreas, muito além do permitido para ambientes hospitalares e residenciais.

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