Um dos alvos da operação “Fortis Fortuna Adiuvat”, da Polícia Civil do Paraná (PCPR), que investiga a possível realização de rifas ilegais, o influenciador digital itabirano Nélio Dgrazi utilizou a sua conta no Instagram, onde tem mais de 1,3 milhão de seguidores, para se posicionar oficialmente sobre as investigações e o mandado de busca apreensão cumprido em sua residência. Ele afirmou que está colaborando com o trabalho policial, que não há irregularidades nos sorteios que realiza pela internet e abordou o crescimento do seu patrimônio.
“Na manhã dessa terça-feira, eu tive a visita dos policiais à minha casa e eu só queria deixar algumas informações para ficar bem comigo mesmo aqui e uma satisfação que eu devo a vocês. Mas, primeiro, até por mim, porque algumas coisas que estão falando na mídia, que a mídia está falando, não faz parte da minha índole, não é do meu caráter e Deus me fez e me honrou para ser um homem, então eu estou aqui de cara limpa para falar para vocês mais uma vez. Tudo ocorreu de procedimento, de forma tranquila, só queria deixar claro também que ninguém procurou esconder nada, ninguém, pediram o celular foi dado, pediram a senha de celular foi passado, beleza? Então tudo para facilitar ainda mais o trabalho dos policiais, então tudo ocorreu de uma forma tranquila e tudo ocorreu sereno”, diz o influenciador em um trecho do seu posicionamento.
Em outro momento, Nélio Dgrazi afirma que “o segundo ponto que eu queria deixar bem claro para vocês nesse momento, a todos vocês que estão vendo esse vídeo, que eu sei que esse vídeo vai chegar longe, todo e qualquer ganhador, desde o primeiro dia, desde o primeiro dia que eu abri esse Instagram aqui para fazer qualquer coisa, seja ele um sorteio grátis ou seja ele minha última rifa até o momento, minha última ação aí, estão fixados, estão marcados e estão com a localização onde esses prêmios foram entregues, entendeu? Então eu nunca tirei, eu nunca apaguei, está lá para quem quiser conferir, está lá para facilitar mais uma vez o trabalho da polícia aí, que eu estou aqui para colaborar com as investigações, porque, em questão disso, nós não temos nada a temer, sempre foi mais de 97% dos meus prêmios foram entregues pessoalmente por mim, beleza?”.
Além disso, o influenciador digital também comentou sobre o crescimento do seu patrimônio. “A respeito do que foi falado do aumento do patrimônio, o que eu tenho para falar para vocês é o seguinte: Deus abriu uma porta para mim, Deus me deu um dom, é essa magia aí que a gente faz com carros e eu criei esse Instagram, que nem foi nesse intuito e a coisa foi crescendo e foi crescendo, na qual eu não tive apoio de um filho de Deus, eu não tive dinheiro de um filho de Deus, que graças a Deus eu cresci em uma família de classe média boa, nada demais, mas nada também que eu possa queixar igual estão falando, que não me importa, eu quero dizer que se eu cheguei, foi pela força lá de cima que eu arrepio e por vocês que me ajudaram a chegar até aqui”, declara.
Confira a nota de esclarecimento publicada por Nélio Dgrazi no Instagram:
Entenda o caso
Na manhã da última terça-feira (20), a Polícia Civil do Paraná deflagrou a operação “Fortis Fortuna Adiuvat” contra influenciadores digitais suspeitos de promoverem rifas ilegais em redes sociais. A ação contou com o apoio de equipes das polícias civil de Minas Gerais (PCMG) e Santa Catarina (PCSC). Entre os investigados está o digital influencer itabirano Nélio Dgrazi, que reside em Belo Horizonte e soma mais de 1,3 milhão de seguidores no Instagram, além do também influenciador Matheus Sales, de Rio Branco do Sul, no Paraná.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão simultaneamente em Rio Branco do Sul, no Paraná; em Itapema e Balneário Camboriú, em Santa Catarina; e em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Em Santa Catarina, as equipes policiais apreenderam cinco veículos de luxo, com valor aproximado de R$ 1,5 milhão, motocicletas esportivas, diversas joias e documentos de transferências bancárias. Em Belo Horizonte, outros seis veículos de luxo foram apreendidos, bem como uma munição e um comprimido de ecstasy.
Além das apreensões, a Polícia Civil do Paraná conseguiu, junto à Justiça, o bloqueio de contas bancárias visando ao sequestro de R$ 25 milhões, que teriam sido levantados pelos investigados no último ano. As contas nas redes sociais e o site em que exploravam os sorteios também foram suspensos, mediante autorização judicial.
Ainda segundo o delegado, o próprio imóvel onde um dos investigados morava foi adquirido com o dinheiro das rifas, no valor de R$ 4 milhões. A Polícia Civil também apurou que o grupo realizava sorteios de valores em espécie.
As investigações prosseguirão com o objetivo de identificar outros envolvidos no branqueamento dos recursos ilícitos.