O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, presente na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Doha, no Catar, disse, na quinta-feira (30), que os US$ 10 bilhões de investimentos que a Arábia vai fazer no Brasil irão melhorar a logística e a competitividade da economia.
“Com o Catar, estamos começando uma negociação. Com a Arábia Saudita já está muito adiantado, e o fundo que o reino pretende constituir já está em curso. O Catar é uma boa promessa”, afirmou.
Em entrevista no hotel onde a comitiva brasileira se encontra hospedada, Haddad destacou os avanços da agenda econômica no Congresso nos últimos dias e disse estar confiante na aprovação das medidas a tempo de seus efeitos garantirem a execução do orçamento de 2024.
“Na quarta-feira (29) aprovamos taxação dos chamados ‘super ricos’, que são offshores e fundos fechados, temos instalação da comissão mista da MP 1185, que corrige uma distorção absurda do nosso sistema tributário, fazendo com que grandes empresas não pagurem Imposto de Renda, prejudicando Estados e municípios que deixam de receber fundo de participação. Temos o PL das Apostas, que também está no Senado e deve ser votado projeto de lei na semana que vem. Temos Juros sobre Capital Próprio (JCP) que também está em discussão se será votado neste ano, o que seria ótimo para contas públicas”, disse.
Apesar das várias críticas dos diversos setores à agenda de recuperação da base tributária, Haddad insiste que as medidas corrigem distorções do sistema tributário: “Tudo isso são correções de distorções dos últimos anos, que minaram a base fiscal do Estado brasileiro. São grupos de interesse que se apropriaram do orçamento público prejudicando a população, Estados, municípios e a própria União, que acaba arcando com esses custos. Nós vamos trabalhar até o último dia para tudo isso ser aprovado. Temos apoio anto do presidente da Câmara quanto do Senado”.
Bastante criticado pelo veto integral à prorrogação da desoneração da folha para 17 setores da economia, Haddad negou que essas medidas causem polêmica. “Se fosse injusto, o Congresso não estaria debruçado sobre oos temas. Isso foi reconhecido pelos melhores economistas do País”, declarou.
Indagado se as medidas seriam suficientes para para se alcanças o déficit primário zero em 2024, o ministro alegou que tem outros mecanismos na gaveta para usar em caso de necessidade: “Se não der para alcançar, vamos tomar outras medidas. Não podemos parar. Vamos seguir obstinadamente essa meta, porque o Brasil pode ser o país com as melhores condições de investimento sustentável do mundo, tanto do ponto de vista social quanto do ponto de vista ambiental”.