Depois de uma série de reuniões entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e outras autoridades do governo, Israel aprovou, na terça-feira (21), um acordo de cessar-fogo com o Hamas, que vai permitir a libertação de reféns detidos pelo grupo extremista na Faixa de Gaza — ao menos 50 mulheres e crianças israelenses devem deixar os cativeiros.
A decisão contempla também o Hamas, com a libertação de cerca de 150 prisioneiros palestinos, sendo mulheres e menores, durante a trégua de quatro dias.
A aprovação aconteceu durante uma reunião que durou mais de 6 horas, com uma maioria significativa do Gabinete de Guerra do governo israelense.
Israel também permitirá a entrada diária de 300 caminhões de ajuda a Gaza, provenientes do Egito, além do fornecimento de combustíveis ao território palestino. Na segunda fase do acordo, o Hamas poderá libertar mais reféns, caso Israel prolongue o cessar-fogo.
Estima-se que haja cerca de 240 reféns em poder do Hamas, em sua maioria israelenses.
A ONG Addameer relatou que cerca de 200 homens, em sua maioria adolescentes, continuam detidos em Israel, junto com 75 mulheres e cinco adolescentes do sexo feminino.
Segundo o New York Times, muitas prisões foram realizadas recentemente em operações na Cisjordânia, ocupada por Israel, que registrou um aumento de protestos nos últimos dias.
Israel diz que essas detenções fazem parte de uma operação antiterror contra o Hamas na região.
A ONG Addameer afirma que o número de prisioneiros políticos palestinos em Israel chegou a 7 mil, abrangendo israelenses e residentes de Gaza e Cisjordânia: “a maioria dos detidos está sob ‘detenção administrativa’, o que significa que estão detidos indefinidamente sem acusações”.
O acordo aprovado na terça-feira estabelece que nas próximas 24 horas os nomes dos prisioneiros palestinos a serem libertos sejam divulgados, o que vai permitir a Israel a contestação da libertação por meio judicial. Israel não vai soltar prisioneiros palestinos condenados por assassinatos dos seus cidadãos.